O Estado de São Paulo conta hoje com 58 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que prestam atendimento para os dependentes de álcool e outras drogas. Desse total, 17 unidades estão localizada na Capital, que conta ainda com um centro de referência no assunto, o Cratod, que atende na região central.
Segundo levantamento da Secretaria da Saúde, o atendimento a mulheres dependentes de álcool cresceu 46% no período entre 2008 a 2010. O estudo compara os dois primeiros meses de cada ano e evidencia aumento gradual ao longo do período. Em 2008, o número de atendimentos prestados pelos CAP’s paulistas, em janeiro e fevereiro, foi de 4.235. Em 2009, número em comparação com o mesmo período foi de 6.048 e, em 2010 de 6.169. Esses números mostram aumento de 45,66% em dois anos.
“A pesquisa evidencia um problema cada vez mais frequente na sociedade: a relação da mulher com o álcool. Muitas ainda se recusam a procurar ajuda médica, porque além do fato característico dos dependentes de negarem o vício, as mulheres carregam estereótipos sociais que a fazem rechaçar qualquer possibilidade de tratamento. Por vergonha, muitas vezes”, avalia a coordenadora da área de Saúde Mental da secretaria, Luizemir Lago.
Estudos mostram que o aumento de mulheres em tratamento contra dependência do álcool tem sido constante. Pesquisa similar apresentada pela Secretaria da Saúde em 2007 apontava que o número de mulheres em tratamento contra o alcoolismo crescia 122% no Estado desde 2004. Um aumento médio de 30,6% ao ano.
“O aumento de demanda gerou, inclusive, uma necessidade de se oferecer um número maior de centros de apoio médico e psicológico para essas mulheres. Alcoolismo é uma doença extremamente séria e precisa ser combatida”, afirma Luizemir.
Centros especializados
Somente nos dois últimos anos foram criados 15 Caps para os paulistas. Sob responsabilidades dos municípios, os Caps podem ser procurados via Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que encaminham os pacientes.
Localizado na região central da cidade, o Cratod, premiado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), mantém atendimento multidisciplinar, ou seja, com equipe composta de médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros acompanha desde a desintoxicação até o resgate da auto-estima. O índice de reabilitação chega a 30%, o preconizado pela Organização Mundial de Saúde – cerca de 40% das pessoas atendidas são moradores de rua ou de albergues.
Da Secretaria da Saúde
