Em caso de pane, segurança do usuário é prioridade no Metrô

Bloqueios em catracas durante eventuais falhas evitam aglomerações nas plataformas e garantem a integridade de passageiros

qua, 14/03/2012 - 21h48 | Do Portal do Governo

O Metrô de São Paulo viveu um dia tumultuado devido a dois problemas, em horário de pico, em duas das suas linhas mais movimentadas. O Portal do Governo do Estado de São Paulo entrevistou o presidente da companhia, Sérgio Avelleda, que explicou as panes e as medidas preventivas que causaram os transtornos. “A segurança do usuário é o nosso princípio”, enfatiza.

Portal do Govero de São Paulo: Quais foram os problemas que atingiram o Metrô?

Sérgio Avelleda:
O primeiro problema foi na Linha 3-Vermelha, que liga Corinthians-Itaquera e Palmeiras-Barra Funda. Um trem na plataforma da estação Pedro II apresentou um defeito no sistema pneumático, que é o sistema de ar comprimido que controla os freios, as portas e os amortecedores. Com isso, o trem não conseguia partir. Fomos obrigados a rebocá-lo. Tivemos que aumentar o intervalo na Linha Vermelha. Como o problema aconteceu em horário de pico, os problemas foram significativos para a população, pois diminuímos o número de catracas disponíveis para evitar a superlotação das plataformas. Essa medida, apesar de ter o objetivo de garantir a segurança do passageiro, causa filas, o que é um transtorno. Atuamos imediatamente para recompor o intervalo. Uma hora depois, a situação já se normalizava na Linha 3, mas tivemos outro problema em outro trem, na Linha 1-Azul no sistema de tração, e precisamos empurrar a composição até a Estação Jabaquara. Esse problema foi mais rápido, resolvemos em meia hora, e a situação já estava normalizada.

 
Portal: Há alguma relação entre os dois problemas?

Avelleda: Não há nenhuma relação. São dois trens completamente diferentes, de frotas distintas, e os problemas foram completamente diferentes.

Portal: O crescimento da demanda de passageiros aumenta o número de falhas no Metrô?

Avelleda: Não. Nós nos adaptamos e antecipamos a manutenção preventiva de todos os sistemas. Acontece que a falha repercute muito mais por causa da demanda. É importante ressaltar que, a cada milhão de quilômetros percorridos, temos 1,89 falha. É um índice muito bom e que, se comparado a outros metrôs ou sistemas de trens no mundo, nos coloca em uma posição muito confortável.

Portal: Os usuários utilizam muito as redes sociais, até mesmo dentro dos vagões. O senhor acredita que isso também aumenta a visibilidade dos problemas?

Avelleda: Claro! O usuário tem um poder, e isso é muito bom, que é o de fotografar, registrar, enviar por SMS, twittar imediatamente. É uma realidade muito boa, porque a informação circula. Nós, no Metrô, temos uma relação direta com o usuário. Isso é referência mundial. O usuário pode se inscrever e receber informações por SMS, pode instalar um aplicativo no computador que monitorar o funcionamento das linhas. Também utilizamos o Twitter e o Facebook para informar a condição do sistema. Acreditamos nessa relação transparente. Queremos ser os primeiros a conversar com o usuário e informar eventuais problemas.

Portal: É possível fazer uma comparação do Metrô de São Paulo com outros sistemas do mundo?

Avelleda: Em termos de número de falhas e em vários índices, estamos em uma posição que, se não for a melhor, está entre as melhores do mundo. Limpeza, ocorrências de segurança pública, acidentes durante a operação, falhas, capacidade de restabelecimento do sistema… estamos em uma posição confortável em comparação com qualquer metrô do mundo.

Portal: O que o Metrô diz ao usuário que enfrentou problemas nesta manhã?

Avelleda: Pedimos desculpas ao passageiro porque muitas vezes precisamos reduzir o número de bloqueios (catracas). Não fazemos isso senão pelo usuário. O primeiro valor em que pensamos é a segurança do usuário. É um princípio do Metrô de São Paulo. Tentamos manter os mais elevados padrões em nossas operações. De cada 100 viagens que o Metrô programa, conseguimos cumprir o horário de 99. Adotamos procedimentos semelhantes aos de manutenção aeronáutica. Tudo tem regra e certificação internacional. É um dos poucos metrôs do mundo em que a operação e a manutenção têm ISO 9000. E a cada ano temos que manter o padrão para ter a certificação. Estamos seguros sobre nossos procedimentos de manutenção e equipamentos. E mais: não se transige com a segurança do usuário. Tudo é primeiro voltado ao usuário.