Educadores do CPS são orientados para mediar conflitos de alunos

Em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise, encontros compartilham experiências do dia a dia das escolas

qui, 12/07/2018 - 15h43 | Do Portal do Governo

Um projeto voltado para aprender a lidar com os dilemas e conflitos dos jovens nas comunidades escolares é uma das iniciativas promovidas pelo Centro Paula Souza. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicanálise, educadores da entidade são capacitados por um grupo de especialistas.

O projeto “Grupo de Reflexão e Educação das Vivências Acadêmicas” começou no primeiro semestre deste ano em 18 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), em sua fase piloto. A partir de agosto, a ideia da parceria é se estender às Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs).

No total, diretores e orientadores educacionais das Etecs se reuniram com três psicanalistas da SBP para dividir experiências do dia a dia das escolas. Por meio desses encontros, foi possível analisar e discutir o papel dos educadores na resolução das dissidências e no amparo aos jovens.

De acordo com Sonia Charpentier, assessora técnica do Centro Paula Souza, o projeto surgiu a partir do momento em que notaram que havia uma inquietação entre os jovens.

“Este grupo possibilitou uma reflexão e escuta coletiva. Os participantes foram se fortalecendo durante as dinâmicas, refletindo suas atribuições, e agora estão mais capacitados a entender os alunos e sensibilizar toda a comunidade escolar”, explica.

A iniciativa foca nas situações que extrapolam o escopo do ensino. Um estudo recente publicado na Revista de Saúde Pública da USP concluiu que os transtornos mentais mais comuns entre os jovens são ansiedade e depressão. Dos 70 mil voluntários brasileiros entre 12 e 18 anos, 30% foram diagnosticados com os distúrbios.

“É preciso que os educadores descaracterizem situações comuns de um estigma de que não possam cuidar. Eles devem ser capazes de discutir tudo e recuperar sua habilidade de formar seres humanos”, afirma o psicanalista da SBP, Raul Gorayeb. Segundo ele, é possível encontrar uma solução por meio da sensibilidade das unidades escolares.

Os encontros mensais continuarão até o final do ano para avaliar a evolução do grupo. Foram apontadas nas reuniões preocupações relacionadas ao bullying, assédio, sexualidade, uso de drogas, suicídio e até mesmo como agir quando o aluno deseja passar mais tempo na escola do que em sua própria casa.