Educadora da Unesp de Ourinhos cria material didático para ensinar diferenças de solos

Objetos feitos de minérios auxiliam na educação ambiental de crianças e pessoas com deficiência

qui, 09/09/2010 - 19h00 | Do Portal do Governo

Um projeto de extensão realizado pela geógrafa Maria Cristina Perusi, professora do câmpus da Unesp de Ourinhos, permite conhecer os diferentes tipos de solo por meio do toque. O trabalho atende escolas e creches da rede pública de ensino, e, com o apoio da Associação de Assistência ao Deficiente Físico do município, promove educação inclusiva de pessoas com diferentes tipos de necessidades especiais.

Para tornar esse aprendizado possível, desde 2007 são criados brinquedos a partir de mármore, argila, rochas, areia e outros minerais. “Jogo da velha”, da memória, chocalhos, peças de xadrez e damas e, até mesmo, as tintas usadas para colorir os objetos são feitos com esse tipo de matéria-prima. A professora explica que pessoas cegas podem distinguir os quadrados brancos e pretos de um tabuleiro, por exemplo, por meio da diferença de textura das terras utilizadas.

“Entender a importância da terra e buscar a sua conservação nos mantêm ligados à natureza e comprometidos com nossas ações sobre ela”, afirma a educadora. Intitulado Projeto Colóide, a iniciativa foi premiada no V Simpósio de Educação em Solos, realizado em abril pela Universidade Federal do Paraná. A denominação remete às menores frações de solo, as partículas coloidais. Para Maria Cristina, é preciso garantir a todos o acesso ao conhecimento sobre esse recurso natural, sem distinção de classe social, etnia ou “normalidade física”.

Os objetos são levados aos centros de educação onde são ministradas as práticas. Quando são organizadas visitas das escolas à universidade, os brinquedos ficam disponíveis em um laboratório.

Dentro do mesmo projeto de extensão, a pedagoga Érika Porceli Alaniz promove o curso de formação continuada Solo e Educação Ambiental Inclusiva. As aulas são voltadas aos professores das escolas públicas de Ourinhos. Érika é mestre pela Faculdade de Filosofia e Ciências do câmpus da Unesp em Marília e cursa doutorado em Educação na USP. Para a pesquisadora, embora o tema “solo” faça parte do cotidiano das pessoas, seu estudo implica uma série de conceitos técnicos de difícil compreensão. Daí a importância de criar ferramentas mais didáticas para abordar o assunto.

Da Unesp