Uma semana de novas experiências

Parque CienTec, da USP, foi o grande palco da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia em São Paulo

qui, 25/10/2012 - 10h14 | Do Portal do Governo

Na Alameda do Sistema Solar, esculturas artísticas representativas do Sol, da Lua, da Terra em três períodos geológicos diferentes e dos outros planetas, dispostas pelo espaço de um bonito jardim, compõem um abre-alas para o mundo da Ciência no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo, o CienTec – USP.

Com equipamentos interativos voltados ao aprendizado lúdico abrigados em edificações históricas integradas à natureza, o local concentrou pela segunda vez consecutiva a maior parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na cidade de São Paulo. Jogos, brincadeiras e experimentos interativos, além de palestras e oficinas integraram o evento realizado de 16 a 20 de outubro.

O Departamento de Popularização e Difusão do Ministério da Ciência e Tecnologia é o responsá-vel pela promoção e coordenação da iniciativa, que ocorre simultaneamente em todo o País uma vez ao ano, desde 2004. O intuito é chamar a atenção da população, em especial das crianças e jovens, para a importância da Ciência e da Tecnologia na vida das pessoas e no desenvolvimento. 

“Geralmente, a ciência é vista como uma coisa quase esotérica, enquanto na verdade consiste no desenvolvimento de métodos para a abordagem dos fenômenos naturais”, ensina o geólogo Fábio Andrade, diretor do CienTec. Há apenas dois meses à frente da instituição, ele tem a missão de preparar o espaço para que se torne, até o fim do ano, uma atração a mais de lazer (com conhecimento, claro) para a população em geral. 

Para isso, as providências incluem a estruturação do parque de aproximadamente 140 hectares (dos quais 120 são de floresta remanescente de Mata Atlântica) para abrir inclusive nos fins de semana e para a visita-ção espontânea. Desde que foi inaugurado, em 2001, funciona com o sistema de agendamento para visitação monitorada, principalmente de escolas. “Nosso desafio é trazer as pessoas, para que desfrutem do espaço e das atrações que temos aqui”, afirma.

O evento da Semana de Tecnologia, com mais de 40 atividades à disposição, pode ser considerado uma pequena prévia para a organização do novo formato. O tema deste ano, Economia, Sustentabilidade e Erradicação da Pobreza, foi o fio condutor para divulgar a ciência. “O vínculo indireto desse tema com as nossas atrações fixas é muito forte, pois temos oficina de reciclagem, de energias alternativas, uma minibacia hidrográfica onde é apresentado o ciclo da água e muita natureza ao redor”, diz Andrade.

Segundo ele, a meta, ao integrar o tema, foi a de sempre: abordar a ciência da maneira mais informal, acessível, divertida e interessante possível. “É assim que pode ser descrita a linguagem dos nossos monitores”, explica. Os experimentos também seguem a proposta. “Olha só o pessoal competindo para ver quem gera mais energia”, diz, apontando para um grupo de estudantes que se diverte no brinquedo em que o simples ato de pedalar uma bicicleta permite converter energia mecânica em energia elétrica e acender uma lâmpada.

Receita de ciência
Os museus, institutos e faculdades da USP, e instituições convidadas, como as Faculdades de Tecnologia e Escolas Técnicas do Estado (Fatecs e Etecs) e o Sesi, também apresentaram, na tenda do CienTec, aspectos das suas atividades relacionados ao tema.

O diretor do Museu de Geociências da USP, Ideval Costa, estava empenhadíssimo em mostrar aos visitantes o processo de contaminação do lençol freático e de infiltração da água na rocha, além de explicar como um geólogo é capaz de remediar situações de contaminação. “O objetivo do museu é divulgar a abrangência da geociência e como os profissionais da área atuam”, disse. 

No espaço dedicado ao Instituto de Medicina Tropical da USP, era possível entrar em contato com alguns experimentos reveladores sobre as pesquisas da área. A aluna de mestrado, Bárbara Sampaio, deu a receita de um deles: a extração do DNA do morango. “Com isso, queremos mostrar que a ciência está próxima da população e mesmo as escolas mais carentes podem fazer experiências científicas interessantes”, explicou.

O método requer apenas o uso de morango, detergente de cozinha, sal, álcool e água, além de utensílios simples, como copo de vidro, saquinho plástico e coador. A extração do DNA é necessária, segundo ela, para o diagnóstico de doenças, testes de paternidade e a identificação de pessoas numa investigação criminal, para citar o uso mais comum. “Com esse experimento, os alunos podem ver o novelo de DNA, que se separa das células”, afirma, após comprovar o relato com o vídeo do procedimento.

Da Agência Imprensa Oficial