Desde domingo, 10 de setembro, projetos de escolas estaduais paulistas estão expostos na 10ª Bienal Internacional de Arquitetura em Veneza. O evento, que vai até 19 de novembro, tem público previsto de 120 mil visitantes e como tema central “Cidades, sociedade e arquitetura”.
A participação dos projetos arquitetônicos das escolas ocorre a convite da organização do evento, pelo diferencial na utilização da estrutura pré-fabricada em construção de prédios escolares e por estarem dentro do objetivo da Bienal.
Este ano, o evento tem como proposta mostrar a interação da estrutura física das cidades – suas construções, espaços e ruas – com o aspecto sócio-cultural e as dimensões econômicas da existência nas regiões urbanas a partir da explosão demográfica. Segundo dados da Bienal, hoje mais da metade da população mundial vive nas áreas urbanas, quando há um século este índice era inferior a 10%.
De acordo com os arquitetos da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) – órgão executor da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo – responsável pelas construções escolares, a participação da instituição neste evento representa um reconhecimento internacional ao trabalho desenvolvido em estruturas pré-fabricadas e também aos arquitetos paulistas.
Participam da Bienal cidades populosas de diferentes continentes, como: Berlim, Barcelona, Cairo, Bogotá, Londres, Johannesburg, Cidade do México, Shangai, Tokyo, Nova York, Mumbai (Índia), Istambul, Los Angeles e São Paulo, que apresentarão suas experiências arquitetônicas e projetos urbanos.
São Paulo está no primeiro estande do Pavilhão montado no Arsenale, e apresenta painéis com os dados gerais da cidade e, além das escolas, os seguintes projetos: Estação de Trem em Itaquaquecetuba, Concurso para o Minhocão Costa e Silva, Intervenção Urbana do eixo de trem Mooca/Ipiranga, Nova Luz e a Praça das Artes.
Os três projetos de escolas expostos no estande são: EE Conjunto Habitacional Campinas F1, do escritório MMBB Arquitetos Ltda; EE Jardim Umuarama (São Paulo) do Estúdio 6 Arquitetos S/C Ltda; e EE Ataliba Leonel/Pedro de Moraes Victor (São Paulo), do escritório SPBR Arquitetos Ltda.
Projetos diferenciados
O sistema construtivo de estruturas pré-moldadas está sendo utilizado pela FDE desde 2003, com o objetivo de garantir melhor qualidade, durabilidade, menor custo de manutenção e redução nos prazos de viabilização da obra. Outro diferencial destes projetos é a incorporação ao espaço de vivência da quadra de esportes coberta, o que além de gerar mudanças significativas nos projetos arquitetônicos, amplia as funções do prédio, dá novo valor ao espaço e incentiva a maior participação da comunidade na escola.
De acordo com recente publicação da FDE – Arquitetura Escolar Paulista: estruturas pré-fabricadas, organizada pelas arquitetas Avany de Francisco Ferreira e Mirela Geiger de Mello – na maioria das vezes, o prédio escolar é um dos únicos equipamentos públicos disponíveis na periferia de nossas áreas metropolitanas e se sobressai por sua escala na imensidão formada por autoconstruções e por conjuntos habitacionais. No total, 100 prédios escolares foram projetados neste sistema. Destes, 34 estão finalizados, 12 estão em fase de execução e os demais em diferentes etapas de viabilização.
Contratados pela FDE, os escritórios de arquitetura responsáveis pela elaboração dos projetos produziram uma diversidade de soluções, que agora estão sendo reconhecidas internacionalmente.
A FDE
Criada em 1987, a Fundação para o desenvolvimento da Educação (FDE) é o órgão executor da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, a maior rede pública de ensino do País, com mais de 5 mil escolas e quase 6 milhões de alunos.
Atuando na construção, reforma e manutenção dos prédios escolares, e ainda no planejamento, implantação e gerenciamento de projetos pedagógicos e tecnológicos, a Fundação exerce papel de fundamental importância para a rede estadual de ensino.
Wania Torres
Da FDE