Para facilitar o aprendizado de conceitos de Física, Ecologia e outras disciplinas, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp de Presidente Prudente, por meio de seu Centro de Ciências, criou o Projeto Museu Vivo. A iniciativa consiste na apresentação de experimentos nas escolas públicas do município de Presidente Prudente e região, num raio de até 50 quilômetros. Essas experiências transmitem conceitos abordados em sala de aula, de forma lúdica e com o emprego de materiais de baixo custo.
Tubos de PVC, espelhos, roldanas, madeiras, bolinhas de gude e outros acessórios são levados para o ônibus que circula pela região. “Com as brincadeiras, aguçamos a curiosidade dos escolares de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e os do ensino médio. Nós instigamos os alunos a tirarem dúvidas com os professores e monitores”, explica o físico Angel Fidel Vilche Pena, coordenador do Centro de Ciências. A iniciativa foi aprovada no mês de setembro.
Cresce o interesse
A primeira experiência do laboratório circulante foi feita em novembro, na escola do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Prudente. Participaram do evento, que durou dois dias, 600 alunos. O repertório do Museu Vivo abrange cerca de 20 experimentos científicos, para criar maneiras de interação entre o aluno e os conceitos ensinados, além de gerar questionamentos que são levados para debate em sala de aula. Pena diz que a idéia é utilizar materiais simples, pois muitos estabelecimentos de ensino da região são pobres e não dispõem de laboratórios.
“Antes disso, monitores do Sesi, acompanhados de estudantes, vieram à Unesp para conhecer o Centro de Ciências da faculdade, que tem experimentos e equipamentos bem sofisticados”, afirma Pena. De acordo com o coordenador, a turma ficou tão encantada com o que viu que solicitou o agendamento da primeira atividade experimental na instituição. Os professores de Ciências da escola do Sesi informaram que, depois da visita, os alunos se interessam mais pela disciplina. “Esta é a maior recompensa do trabalho”, avalia Pena.
Laboratório circulante
Conceitos de propagação de ondas sonoras, por exemplo, são transmitidos por meio de engenhoca montada com tubos de PVC de tamanhos variados, dispostos lado a lado. O movimento de elétrons num condutor é simulado em uma rampa com pregos colocados aleatoriamente e bolinhas de gude. Outra rampa é usada para que se entenda o conceito de gravidade. Para isso, faz-se rolar dois cilindros, com mesmo peso e diferente distribuição de massa. Em outro experimento, dois espelhos iguais, em ângulo de 90º, são colocados sobre um terceiro espelho na horizontal. O resultado será a visão de várias imagens, ou seja, o caleidoscópio, “que muita gente nem conhece”.
O Museu Vivo integra o Programa Permanente de Divulgação Científica Ciência na Unesp, com apoio da vice-reitoria. Além do professor Pena, o laboratório itinerante conta com a atividade de dois bolsistas do curso de licenciatura em Física. “Com esses monitores, poderemos ampliar o número de visitas e montar novos experimentos”, destaca o coordenador.
A vice-reitoria destinou R$ 6 mil neste ano ao Museu Vivo, para custeio das bolsas e materiais de laboratório. Pena informa que novos experimentos estão sendo elaborados. A previsão é que o laboratório circulante comece a funcionar em três meses. Em junho, os professores das escolas da região poderão agendar as próximas visitas. Em operação desde 1994, o Centro de Ciências passou a ocupar, em 1999, área de 100 metros quadrados no câmpus da Unesp de Presidente Prudente. O Museu Vivo será uma das atrações do Circuito Científico Cultural, que inclui também visitas de escolas públicas a outras unidades: Estação Meteorológica, Laboratório de Solos, Centro de Ciências e Museu do Índio. Há ainda sala específica para educação ambiental, equipada com painéis interativos e videocassete.
SERVIÇO
Professores de escolas da região de Presidente Prudente que quiserem integrar seus alunos ao Circuito Científico Cultural devem ligar para o telefone (18) 3229-5349
Da Agência Imprensa Oficial
J.C.
