Educação: Jovens fazem curso de livreiros para serem atendentes na Bienal do Livro

Curso aborda temas culturais, etapas da produção de livros, leitura e cidadania e aspectos comerciais

sex, 03/03/2006 - 12h35 | Do Portal do Governo

Curso aborda temas culturais, etapas da produção de livros, leitura e cidadania e aspectos comerciais

Quais são as etapas para produção de um livro? Envolve muitos profissionais? Por que o custo de uma publicação depende do número de páginas? Por que os direitos autorais devem ser preservados? Cerca de 20 adolescentes carentes, de 16 a 22 anos, do Jardim Pantanal, em São Miguel Paulista, foram esclarecidos a respeito dessas e de outras dúvidas durante curso de formação de livreiros.

Dez jovens do grupo serão selecionados para trabalhar como atendentes na 15ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que será de 9 a 19 de março, no Pavilhão de Exposições Anhembi, zona norte na cidade.

A iniciativa é da Universidade do Livro (vinculada à Fundação Editora Unesp), em parceria com o Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que desenvolve atividades educacionais, culturais e de inclusão social e com a distribuidora Superpedido (do grupo Alana).

O treinamento para os adolescentes começou dia 13 de fevereiro e terminará nesta semana, com a visita ao parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado.

Marco zero

Dia 22 de fevereiro os aprendizes visitaram a Editora Unesp, no centro da cidade. Aprenderam, por exemplo, que uma publicação depende do empenho de mais de 20 profissionais de diversas áreas, como revisores (formados em Letras ou Jornalismo), paginadores (responsáveis pelo projeto gráfico), ilustradores e até tradutores, dependendo da obra. Entre outros setores, a garotada visitou o setor que analisa as provas de capa antes da impressão final.   

Nas 50 horas de curso, foram abordados temas culturais, como o livro e a leitura, etapas de produção da obra como objeto cultural, cidadania, aspectos mercadológicos e comerciais (tendências, trabalho em equipe, atendimento ao público, formas de comercialização, técnicas de venda, funcionamento de uma livraria e da bienal do livro, apresentação de uma livraria virtual, uso de sistemas informatizados). Um dos instrutores é Aldo Bocchini Neto, ex-sócio da Livraria da Vila.

Nesses mais de dez dias treinamento, os jovens conheceram distribuidora de livros, editora, livrarias, espaços públicos do centro como a Catedral da Sé e o marco zero. Visitaram ainda a biblioteca Monteiro Lobato, primeira biblioteca infantil de São Paulo, no centro. Primeiro emprego – Nessa turma, entre 16 e 22 anos, predominam as garotas. Todos concluíram ou estão terminando o ensino médio e são familiarizados com informática. Na maioria, optaram pela participação para aprender uma profissão em busca do primeiro emprego.

Livraria-Escola na Bienal: 5 mil livros

A Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade sem fins lucrativos que visa a estimular a leitura no País, é responsável pelo desenvolvimento da 15ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

O instrutor Bocchini conta que a distribuidora Superpedido cedeu à CBL seu banco de dados com mais de 270 mil títulos: “Esse sistema será instalado numa central de informações, que facilitará a localização das livrarias que vendem determinadas publicações”.

Em troca, a CBL ofereceu à distribuidora um estande de 54 metros. “Como o Instituto Alana oferece programas de iniciação profissional a jovens carentes, sugeri que realizássemos o projeto da Livraria-Escola com esses adolescentes”, explica.

Nesse local, haverá 5 mil livros e 2 mil títulos diferentes da Superpedido. Lá, os dez jovens selecionados atenderão o público com o apoio de dois profissionais da área. E assim foi estabelecido o trabalho conjunto entre a Universidade do Livro, a Alana e a Superpedido.

SERVIÇO

A Livraria-Escola da Bienal será instalada na Avenida 7, entre as Ruas J e K.

Viviane Gomes – Da Agência Imprensa Oficial