Educação: Escola da Família deve capacitar quase 11 mil participantes do programa até maio

Trabalho iniciado em setembro do ano passado já treinou 70% deles

seg, 13/03/2006 - 11h05 | Do Portal do Governo

“Queremos capacitar 5.300 gestores e 5.300 educadores profissionais do Escola da Família até maio desse ano. Setenta por cento deles já passaram por treinamento”. Os números foram divulgados pela coordenadora executiva do Programa, Cristina Cordeiro, durante a capacitação realizada entre os dias 6 e 9 de março no Hotel Vacance, em Águas de Lindóia, a 220 quilômetros da Capital.

O evento no interior do Estado reuniu durante três dias aproximadamente 700 gestores do Programa , incluindo diretores, vice-diretores e professores coordenadores, além dos assistentes técnico-pedagógicos. “O gestor tem uma função especial: articular a dinâmica da escola de segunda a sexta-feira com o final de semana, para que se forme uma única proposta”, explica Cristina. A intenção é clara. “Queremos desenvolver uma forma diferenciada de se relacionar, aprender múltiplas linguagens como o teatro, dança, música e fazer a integração, que depende primordialmente do gestor.”

Exemplos de sucesso

Quem está à frente da escola sabe bem o que significa trabalhar em sintonia com as propostas do Programa . A realidade vivida pela diretora da Escola Estadual Barão de Suruí , Maria Lucia Antunes de Camargo, em Tatuí, no interior do Estado, é a melhor prova disso. Ela conta que o prédio da unidade, construído há 75 anos, é tombado pelo Patrimônio Histórico. “Quando abrimos as portas aos finais de semana, realizamos uma oficina de skate com quase 100 jovens, e nem por isso a escola é pichada ou depredada. Estamos conseguindo essa conscientização graças ao Escola da Família , a essa abertura para aqueles que não têm para onde ir”, lembra Maria Lucia, no intervalo da oficina “Ética e Cidadania: Escola, Família e Comunidade”.

 O diretor da Escola Estadual Irmã Gabriela Maria Elizabeth Wienkem , de Osasco, na Grande São Paulo, Paulo Henrique Ballestero flores, acredita que encontros como o realizado em Águas de Lindóia só ajudam a fortalecer o que é desenvolvido em muitas unidades. “O evento é de grande valia, nos enriquece cada vez mais. Em nossa escola, por exemplo, as noções de cidadania ensinadas pelo Programa deram vida a projetos como o “Valorização da Escola e do Bairro”, onde fazemos um trabalho de conscientização, preservação e manutenção do espaço. Carteiras, paredes…. não se tem pichação”, garante ele.

Ampla programação

Oficinas, conferências, atividades coletivas. Unir o grupo foi a palavra de ordem para atrair educadores vindos de várias partes do Estado. “É importante essa retirada do cotidiano. Os problemas não vão desaparecer, mas todos saem daqui renovados para enfrentá-los de outra maneira”, afirma Cristina Cordeiro. Tudo com boas doses de humor, ingrediente usado em grande quantidade pelo professor Walmir Thomazi Cardoso, que usou fábulas e mitologia para falar sobre diversidade cultural e relações humanas.

“A gente sai da correria, do estresse do dia a dia, relaxa, repensa… É uma auto-avaliação – além do aprendizado – porque saímos da nossa realidade. Mudamos o foco, e visualizamos melhor o que temos de fazer. Ao voltarmos, conseguimos colocar as coisas em ordem com mais tranqüilidade”, revela a assistente técnico pedagógica de Americana, Cristiane Fernandes Gonzalez Duzzi.

“Voltamos à nossa cidade super empolgados, tendo uma visão diferente do Programa. Aqui nós conseguimos compreender a amplitude do Escola da Família, diz Luciana Martini, de Campinas.

Troca de experiências

Cristina Cordeiro explica que o grande mérito destes encontros é justamente o compartilhamento de experiências comuns a todos. “A solução que foi encontrada para determinado desafio na capital vai ajudar o pessoal do interior. No litoral, a diversidade cultural precisa ser conhecida por quem está no noroeste ou no oeste do Estado. E através da troca, todos se fortalecem”.

 O exemplo do assistente técnico pedagógico de Sumaré, Alexandre Valério do Nascimento, ilustra bem isso. “Todas as atividades vividas aqui podem ser repassadas ao nosso público. Tentamos adaptá-las para as necessidades de cada região. Quando você vê o Programa de forma global, ganha novos olhares, novas posturas para atuar no final de semana, e o melhor: sabendo que com com essa troca podemos manter e até aumentar a qualidade do Escola da Família em cada diretoria”, conta Alexandre.

Preparados para o retorno

Para quem chega com o espírito “aberto e construtivo”, caso do assistente técnico pedagógico Aroldo Leite, de Piracicaba, fica fácil aproveitar o que a capacitação oferece. “O entusiasmo é a base de todo esse trabalho. Todas as vezes em que participo de eventos assim volto bastante entusiasmado. Isso realmente faz a diferença. Você consegue contagiar as pessoas que estão à sua volta. Na hora do retorno, todos ficam curiosos: O que você fez de tão bom para voltar diferente assim?(risos). E a gente volta diferente mesmo!”

Assessoria de imprensa da Secretaria da Educação

J.C.