Educação desenvolve ação para apoiar escolas mais vulneráveis

Objetivo é fornecer subsídios e ferramentas para que as unidades com baixo desempenho no Idesp melhorem processo de ensino e aprendizagem

ter, 27/04/2010 - 10h32 | Do Portal do Governo

A Secretaria da Educação dá início nesta semana ao trabalho de apoio e acompanhamento às escolas que tiveram baixo rendimento no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). O primeiro passo da ação, que já foi realizada com êxito em 2009, é uma orientação técnica voltada a cerca de 750 profissionais da rede estadual de ensino, entre diretores de escolas, professores-coordenadores e supervisores de ensino.

O objetivo da ação, nomeada neste ano de “A Gestão da Escola Aprendente”, é fornecer subsídios e ferramentas para que as escolas, especialmente as consideradas vulneráveis (aquelas que possuem valores do Idesp entre os 5% mais baixos para cada ciclo) melhorem sua gestão e, consequentemente, a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

“O foco é auxiliar as escolas a aprimorar a qualidade da educação. Esta é a base de todos os nossos programas, como o Ler e Escrever e o São Paulo Faz Escola. Com iniciativas como essas, estamos conseguindo elevar o nível da rede de ensino estadual”, afirma o secretário da Educação, Paulo Renato Souza.

Diferentemente do ano passado, quando diretores de escolas e professores-coordenadores foram orientados separadamente, neste ano o trabalho de orientação será feito com todos os educadores simultaneamente. A expectativa é que a capacitação conjunta dos profissionais tenha um resultado mais expressivo.

Embora as 32 Diretorias de Ensino não tenham nenhuma escola considerada vulnerável, supervisores de ensino das 91 DEs participarão da orientação técnica. O intuito é aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem das cerca de 5.300 escolas da rede, mesmo aquelas com índices satisfatórios no Idesp. Durante a orientação técnica desta semana, os educadores participantes receberão propostas de ações a serem implementadas nas escolas.

Posteriormente, cada escola emitirá um relatório sobre o trabalho desenvolvido, que será analisado por equipes da Secretaria. No segundo semestre, os profissionais serão convocados para uma reunião complementar para avaliação do andamento das atividades e discussão de novas práticas.

Ao longo do ano, equipes da Coordenadoria de Ensino da Capital e Grande São Paulo (COGSP) e da Coordenadoria de Ensino do Interior (CEI) monitoram de perto os trabalhos desenvolvidos pelas escolas, com visitas às unidades e suporte constante.

A força-tarefa tem surtido um bom efeito. Das 382 escolas consideradas vulneráveis em 2008, 209 melhoraram seu desempenho no Idesp e saíram da faixa de vulnerabilidade.

Entre elas está a Escola Estadual Ermelino Matarazzo, localizada no distrito homônimo da zona leste da capital. A média da unidade no Idesp passou de 1.55 em 2008 para 2.02 no ano passado. Segundo a diretora da escola, Cátia Stevanato Giatti, a melhora se deve a um conjunto de ações, como o reforço da grade curricular por parte dos professores junto aos alunos. “Fizemos do Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) um espaço de formação continuada do professor e nos focamos em intensificar o trabalho o currículo, que é muito rico. As sequências didáticas e as competências e habilidades propostas ao aluno são excelentes. Por isso, reforçar a grade curricular junto aos alunos é primordial para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem”, considera.

Ainda de acordo com a educadora, o suporte e o acompanhamento de equipes da Secretaria da Educação foram fundamentais para o crescimento da escola, que tem 1.800 alunos do ciclo II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. “Recebemos materiais de apoio para colocar em prática as atividades propostas no caderno do aluno e verbas para a compra de materiais pedagógicos e para a melhoria da estrutura física da unidade. Conseguimos organizar a escola, com pintura e novo mobiliário”, diz Cátia.

A diretora ressalta, porém, que o trabalho está apenas começando: “No ano passado plantamos a sementinha. Neste ano, estamos intensificando nossas ações para colhermos frutos ainda mais expressivos.”

A Escola Estadual Professor Francisco de Paula Conceição Júnior, localizada no Jardim Mitsutani, na zona sul de São Paulo, trilha caminho semelhante. Graças ao empenho da equipe escolar, a média da unidade no Idesp passou de 1.61 em 2008 para 2.40 no ano passado. “Os coordenadores pedagógicos e os professores desenvolveram sólidos trabalhos em todas as disciplinas para melhorar o desempenho dos alunos. O suporte que tivemos por parte da Secretaria da Educação, com verbas para compras de materiais pedagógicos por exemplo, também foi essencial para o nosso progresso”, comenta Soraia Ventura Leite Silva, vice-diretora da unidade, que tem 2.000 alunos de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Política educacional eficaz

A política educacional de São Paulo se estrutura em quatro eixos. O primeiro se refere aos padrões curriculares adotados para a rede de 5.300 escolas. Dois programas se destacam: o Ler e Escrever, que estabeleceu a figura do professor auxiliar nas salas de aula nas classes iniciais e todo um sistema para reforçar a alfabetização das crianças, com 1,8 milhões de livros distribuídos, entre outros materiais; e o São Paulo Faz Escola, com a definição de um novo currículo e a distribuição 192 milhões de cadernos e materiais para alunos e professores com os conteúdos das diversas matérias, além de programas de capacitação.

O segundo eixo é a implantação de avaliações e metas de qualidade, com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) e a definição de metas para cada escola, que passou a ter o desafio de melhorar em relação à sua própria realidade.

O terceiro eixo da política educacional de São Paulo trata do programa de incentivos aos professores. Foi criado o Bônus por Resultados, que paga até 2,9 salários às equipes escolares que superam as metas definidas para as suas escolas. É um programa expressivo de premiação por resultados que mobilizou os docentes para melhorarem o desempenho de seus alunos.

O quarto eixo reformou a carreira dos professores, estabelecendo nova forma de ingresso (com curso obrigatório oferecido pela Escola Paulista de Formação de Professores) e o Programa de Valorização pelo Mérito. Foram criadas provas de promoção que permitem anualmente, a um quinto dos professores, promoção salarial de 25% de acordo com a permanência na escola e o resultado das avaliações.

Outras ações pioneiras foram adotadas, como a mudança na legislação para reduzir as faltas de professores e a criação da Prova dos Temporários, que permitiu pela primeira vez selecionar para as salas de aula os melhores professores disponíveis. Também foi aberto concurso para a contratação de 10.000 professores.

“São políticas muito consistentes e muito corajosas que já começam a dar resultado e, tenho certeza, colocarão a educação paulista no rumo certo”, aponta o secretário Paulo Renato.

O avanço do Idesp corrobora a análise do secretário da Educação. Os dados globais do Idesp, que levam em conta os resultados das provas do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e informações da progressão escolar, mostram que, no ano passado, a educação do Estado cresceu 9,4% em relação a 2008, o que permitiu a 73% das escolas melhorarem o seu desempenho em pelo menos um nível de ensino e garantir às equipes escolares o recebimento do Bônus por Resultado.

Da Secretaria da Educação