Uma dama do teatro brasileiro abasteceu de arte e emoção a alma de mais de mil educadores da rede estadual, na noite desta segunda-feira, dia 13, quando sua voz e sua história desfilaram pelo palco do auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes.
Bibi Ferreira, aquela que por 64 anos de carreira e 83 de vida já brilhou sob inúmeros holofotes e arrebatou cinco décadas de premiação, levou o espetáculo Bibi canta e conta Piaf para, aproximadamente, 1.200 dirigentes de ensino e professores, em noite prestigiada pelo secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, e pela primeira dama de São Paulo, Lu Alckmin, que homenagearam a artista ao fim da apresentação.
A peça teatral abriu a etapa 2006 do Programa Caminho das Artes, lançado em julho de 2005, com a magistral interpretação do ator Paulo Autran no elenco de Visitando o Sr. Green.
A primeira versão do musical encenado ontem iniciou carreira em 1983, com o título Piaf, a vida de uma estrela da canção , e passou por revisões até chegar ao formato com que é exibido atualmente, com Bibi acompanhada apenas por um quarteto e conversando com um narrador que fala sobre a vida da cantora francesa. Esta, aliás, um outro mito do Olimpo artístico, cujo talento foi descoberto nas ruas de Paris e atravessou as fronteiras da França com seu jeito vigoroso e apaixonado de cantar.
Edith Piaf, que se imortalizou na canção Hymne a l´amour (Hino ao amor) , escrita após a morte do seu último companheiro, o grego Theo Sarapó, morreu aos 47 anos, depois de uma vida dramática, cheia de altos e baixos desde o seu nascimento.
Para Bibi Ferreira, o palco é lugar sagrado. Sua intimidade com esse espaço onde sua arte ganha expressão e dimensão começou quando ela tinha apenas 24 dias de nascida, na peça As manhãs de sol , de Oduvaldo Vianna.
No primeiro papel da sua vida, ela interpretou uma boneca que sumira pouco antes do início do espetáculo, e quem sabe, naquele momento, os deuses já sopravam no seu ouvido as palavras com que ela, hoje, se refere ao seu lugar de trabalho: “Quando estou num palco, ninguém me toca. É um momento só meu. Estou ali só para dar. O que eu puder dar, eu dou”.
Esse ato, que Bibi define como de criação e de comunhão, é para ela “o momento em que através de vocês eu me encontro com Deus”. E ninguém tem dúvida que Ele esteve presente, tal a transcendência que o público experimentou, e ratificada pelo secretário Gabriel Chalita, ao agradecer Bibi Ferreira por abrir com sua maestria o Programa Caminho das Artes.
Programa Caminho das Artes
Um universo de mais de 180 mil alunos e professores já teve acesso às várias ações do Caminho das Artes, programa que receberá da Secretaria de Estado da Educação, ao longo de 2006, investimento de R$ 4.802.535,44. Em 2005, quando 182.720 alunos e professores foram envolvidos pelas ações artísticas do programa, a SEE investiu R$ 2.313.853,00.
São diferentes manifestações artísticas que promovem a participação sócio-cultural e a formação plural das crianças e jovens atendidos pela Secretaria de Educação, possibilitando uma prática educacional de qualidade. Essas atividades cumprem diretrizes da política educacional do MEC, que são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que reforçam a necessidade de ações culturais associadas ao ensino.
Dentre essas ações destacam-se a capacitação de educadores e visitas de alunos a museus da cidade; apresentação de peças teatrais em cidades do Estado; participação de alunos e educadores em atividades musicais por meio de apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado; apresentação de filmes do cinema brasileiro e produção de materiais de suporte pedagógico que orientem os educadores na realização de trabalhos interdisciplinares nas unidades escolares.
Assessoria de imprensa da Secretaria da Educação
