Editoras universitárias comemoram união e recordes de vendas na Bienal do Livro de São Paulo

José Mindlin e Alberto Dines destacam atuação da Imprensa Oficial do Estado

seg, 08/05/2000 - 15h54 | Do Portal do Governo

As 45 editoras participantes do estande do Livro Universitário estão comemorando resultados bastante significativos nesta Bienal do Livro de São Paulo: maior número de lançamentos (mais de 50) entre todos os expositores; substancial aumento nas vendas da ordem de até 110% em relação ao Salão do Livro do ano passado; e o principal resultado é a apresentação, em conjunto, da produção das principais universidades do País, retirando a produção acadêmica dos limites das Universidades.
O presidente da Editora da USP, Plinio Martins Filho, por exemplo, informou que a Edusp, além de quatro prêmios Jabuti e de vendas expressivas nesta Bienal, está festejando um reforço na imagem da instituição, graças à exposição dos livros proporcionada pelo espaço conjunto, iniciativa que ele gostaria de ver mantida. ‘Essa é uma experiência vitoriosa, que não pode morrer com o término da Bienal. Ficou provado que juntos somos mais fortes do que separados’, disse.
A Editora da Unicamp superou todas as metas diárias de vendas e ainda fechou muitos negócios, entre eles, acordos com 15 livrarias e uma dezena de novos representantes em vários Estados. A coordenadora da Editora da UFMG, Silvana Koser, define como ‘excelente’ o resultado da Bienal porque, além do aspecto comercial, ela propiciou contatos com distribuidores e livreiros. A reitora Irmã Jacinta Turolo, da Universidade Sagrado Coração, de Bauru (SP), diz que o mais importante foi a aproximação entre as universidades e que, do ponto de vista comercial, os resultados foram muito superiores aos conseguidos na Bienal e no Salão do Livro de 1999.
Em nome de 35 universidades representadas pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias, seu presidente, José Castilho Marques Neto, que também responde pela Editora da Unesp, afirmou estar muito satisfeito com a Feira. Segundo ele, a parceria das editoras com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que coordenou todo o estande, foi imprescindível para o êxito da iniciativa.
O bibliófilo José Mindlin, que participou de um debate sobre ‘O Papel das Imprensas Oficiais na promoção da educação, da Cultura e na Divulgação do Livro Universitário’, realizado no estande, acredita que a reunião das editoras universitárias foi uma das coisas mais importantes de toda a Bienal porque retirou o livro universitário da condição de ‘quase clandestino’. ‘Não se sabia o que cada universidade estava produzindo. Hoje, há acesso a tudo o que elas publicam no Brasil. Além disso, o papel da Imprensa Oficial na qualidade do livro tem sido impressionante, o que prova que o bonito não é caro’, destacou.
Para o jornalista Alberto Dines, editor do Observatório da Imprensa, ‘hoje, quando se fala tanto em privatização (algumas delas necessárias), a parceria das universidades com a Imprensa Oficial prova que essas duas instituições não podem ser privatizadas, porque a iniciativa privada não tem sensibilidade social nem compromisso com a perenidade das publicações que vêm sendo editadas em conjunto por essas duas instituições’.
Sérgio Kobayashi, diretor-presidente da Imprensa Oficial, concorda com Dines, destacando que essa parceria não trabalha somente com pressupostos comerciais. Ele acha que o papel da empresa também é contribuir para resgatar o processo histórico. Como exemplo, citou o lançamento, sexta-feira, dia 5, do primeiro volume, da edição fac-similar do ‘Correio Braziliense’, o primeiro jornal brasileiro, fundado em 1808, em Londres pelo jornalista Hipólito José da Costa.

Livro fac-similar do Correio Braziliense foi lançado na Bienal

O jornalista Alberto Dines e o bibliófilo José Mindlin lançaram na última sexta-feira, no estande do Livro Universitário, no pavilhão Vermelho da Bienal do Livro, o livro ‘Correio Braziliense’, obra fac-similar referente ao primeiro ano (1808) de circulação do primeiro jornal brasileiro, editado e impresso em Londres pelo jornalista Hipólito José da Costa.
A publicação é a primeira de uma série de 31 volumes que compõem a coleção completa. Foi editada em regime de co-edição pelo Instituto Uniemp/Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo, da Unicamp, e Imprensa Oficial do Estado. Segundo Alberto Dines, que ao lado de Mindlin e do presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, escreveram o prefácio deste lançamento, o primeiro volume tem como objetivo incentivar o surgimento de parceiros interessados em patrocinar a publicação dos 30 volumes restantes, cobrindo todo o período de existência da publicação, que vai de 1808 a 1822.
Além das outras 28 edições fac-similares do jornal, a coleção terá ainda dois outros volumes que, de acordo com Dines, serão destinados à publicação de um índice remissivo (onomástico e temático) e outro de cronologia e textos complementares. O livro vai custar R$ 50,00 e estará à venda através da livraria virtual da Imprensa Oficial no site www.imprensaoficial.com.br ou pelo telefone 0800-123401.