“É preciso consciência e coragem”

Depoimento de quem tenta deixar de fumar

ter, 07/08/2007 - 16h18 | Do Portal do Governo

Durante três anos, o office-boy Rodrigo Tofanelli suspendeu o vício e foi morar no interior, com a prima fumante. “Não resisti, acendi um só para experimentar, no dia seguinte comprei cigarros”, lembra. Passou a consumir quase dois maços por dia. Sem condições financeiras de adquirir o remédio indicado pela psicóloga, participou da terapia, mas não obteve sucesso. Agora, o maço dura três dias para ele, porém ainda lhe falta coragem para parar de vez. “Não sei explicar”, afirma o rapaz de 25 anos.

 “Não consigo andar muito tempo com o filho (de 12 quilos) nos braços”, lamenta-se Rodrigo. “Os braços doem e sinto falta de ar”. Seu pai largou o vício quando descobriu que o filho, de 14 anos na época, também era fumante. Rodrigo fará terapia no hospital novamente.

A analista de Recursos Humanos Nelise Silva de Faria, 49 anos, fumou durante 30 anos. No trabalho, tinha de sair da seção para as pitadas. Na academia, as cobranças para largar o vício. Em locais públicos: restaurantes e lanchonetes, a restrição do ambiente para fumantes. Com tudo isso, sentia-se pressionada. A primeira tentativa, sem sucesso, foi em 2004, quando os pais faleceram. “Senti um vazio. O alívio foi o consumo de um maço por dia ou até mais, dependendo do estresse”, recorda.

No final de maio decidiu participar da terapia do Hospital do Coração: “Com a abordagem da Silvia questionei: por que fumar se não gosto do vício? Agora eu queria parar, me sentia mais forte e consciente”. Nelise comemora quase dois meses de distância do cigarro.

Quando sente vontade, passeia com o cachorro, come fruta, bebe água ou caminha. Não tem mais problemas no estômago, nem sensação de peito apertado e catarro. E até influenciou a irmã a parar também.