Doenças cardíacas agem diferentes em homens e mulheres

O modo que as principais causas de morte no Brasil se apresentam são diferentes em cada gênero

qui, 27/09/2018 - 12h29 | Do Portal do Governo

Nem homens nem mulheres estão imunes às doenças cardiovasculares, mas o modo que as principais causas de morte no Brasil se apresentam são diferentes em cada um.

Esse é o tema de estudo do cardiologista Antonio Mansur. Segundo ele, a Doença Caronariana (DAC), por exemplo, é apresentada nos homens de sete a dez anos antes que nas mulheres. Enquanto eles ficam doentes como uma idade média de 55 anos, elas só irão apresentar o mesmo problema a partir dos 65 anos.

Se por um lado o sexo masculino desenvolve mais cedo problemas no coração, o risco de morte é maior no sexo feminino a partir de um problema cardíaco grave como um infarto.  Segundo estudo internacional publicado pelo New England Journal of Medicine, o risco de morte durante uma hospitalização por infarto é maior entre elas.

Sintomas

A diferença das mulheres sob um ataque cardíaco é a manifestação dos sintomas. Enquanto os homens sentem dor fulminante no peito e formigamento no braço esquerdo durante a fase aguda, elas podem apresentar sintomas mais atípicos e triviais como falta de ar, cansaço, tontura, náuseas e vômitos.

Por serem sintomas mais comuns, Mansur destaca que muitas mulheres ignoram esses sinais e deixam de procurar atendimento médico, o que pode acabar interferindo na perspectiva de melhora da paciente.

Fatores de risco

O indivíduo que tem tenha a obesidade abdominal, seja homem ou mulher, tem risco aumentado de ter infarto 2,5 vezes maior do que aquele que não tem a obesidade abdominal. Já para o AVC, o risco aumenta por esse acúmulo de gordura, com 500 mil AVCs por ano no Brasil”, explica Álvaro Avezum, cardiologista e diretor de pesquisa da divisão de Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese.

Para se prevenir contra o excesso de gordura, é preciso medir a circunferência da barriga bem no meio do umbigo com a fita métrica e sem apertar. O nível normal para os homens é de 90 cm e para as mulheres de 80 cm. “Isso não tem a ver com estética, mas sim uma gordura que metabolicamente produz hormônios que aumentam o risco cardiovascular”, alerta o cardiologista.

A alimentação adequada, aliada à prática de atividades físicas diárias, pode prevenir o surgimento de problemas cardiovasculares como o AVC e o infarto, em mulheres e homens.

O número de mulheres vítima de infarto aumentou consideravelmente nos últimos anos. “As mulheres estão cada vez mais parecidas com os homens no estilo de vida, mas é possível mudar esse quadro por meio da prevenção”, diz a nutricionista Lara Natacci.