Doação de medula óssea: Academia do Barro Branco entra luta pela vida

A expectativa é superar a marca de 500 doadores

sáb, 15/11/2008 - 17h59 | Do Portal do Governo

Encontrar um doador compatível para o transplante de medula óssea – tratamento proposto para pacientes com doenças que afetam as células do sangue como anemia aplástica grave e alguns tipos de leucemia – é uma tarefa árdua. A chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em cem mil, por causa da compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor. Sem o transplante, as chances de sobrevivência são mínimas para quem vive o problema. Ciente desta dificuldade, a Academia de Polícia Militar do Barro Branco estará envolvendo todo o seu efetivo, nesta segunda-feira (17), na “Campanha de Doação de Medula Óssea” para o Banco de Medula Óssea do Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A expectativa é superar a marca de 500 doadores.

A Academia do Barro Branco, que tem como missão formar, em nível superior, oficiais da polícia paulista, será transformada em um grande centro de coleta de sangue, no período das 8 às 17 horas. A iniciativa da campanha partiu do próprio efetivo, que pretende, com a ação solidária, aumentar o quadro de doadores voluntários da Santa Casa. A coleta de sangue será feita por uma equipe do Laboratório de Hemopatologias da Santa Casa. A amostra de sangue do voluntário, que preencherá uma ficha cadastral para ser localizado com facilidade, passará por exames de identificação para ser colocada em um banco de dados nacional. Caso o sangue do voluntário seja compatível ao de algum paciente, ele será contatado para realizar o transplante.

Para os oficiais e aspirantes a oficiais da Academia do Barro Branco, a campanha é “um pequeno ato de humanidade que pode salvar muitas vidas”. De acordo com o comandante geral da PM, Roberto Antonio Diniz, esta iniciativa “é louvável, pois mostra a preocupação da Corporação em salvar vidas, não somente em ocorrências policiais”.

Da coleta de sangue à doação de medula

A medula óssea – localizada na parte interna dos ossos e na qual se encontram as células-mãe que originam plaquetas e glóbulos vermelhos e brancos – é a matriz do sangue. Pessoas que têm doenças que comprometem a produção de sangue pela medula (como leucemias e aplasia de medula óssea, e crianças com algumas doenças genéticas), necessitam de transplante, mas esbarram na dificuldade de encontrar um doador compatível. O paciente tem 25% de chance de encontrar um doador compatível entre irmãos; entretanto, a maior parte, por não encontrar alguém na família, procura um doador compatível inscrito no Registro Nacional de Doadores.

Os primeiros passos para se chegar ao doador ideal, que deve ter entre 18 e 55 anos e não pode ter doenças infecciosas ou incapacitantes, são: a coleta do sangue, seguida dos exames de identificação. Se houver compatibilidade entre o doador e o receptor, o voluntário é chamado para um exame de sangue mais detalhado. Ele também será avaliado por um clínico para certificar se está em bom estado de saúde para a doação de medula óssea.

Existem duas formas de doar medula; uma delas é por punção direta, realizada com agulha introduzida na região da nádega, de onde se retira uma quantidade de medula equivalente a uma bolsa de sangue. O procedimento dura 40 minutos e é feito com anestesia. O doador fica em observação por um único dia e, após o procedimento, tem a sensação de ter tomado uma injeção oleosa. A outra forma é por punção na veia e a coleta é feita pela máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por cinco dias para estimular a proliferação de células-mãe, que migram da medula para as veias onde são filtradas. O processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O medicamento tem como único efeito colateral: dores no corpo, semelhantes às da gripe.

Serviço• Academia de Polícia Militar do Barro Branco

Avenida Água Fria nº 1.923, no Tucuruvi – São Paulo• Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Rua Marquês de Itu n.º 579, na Vila Buarque – São Paulo

Valéria Nani