Dia Mundial sem Tabaco alerta para os problemas à saúde

Diversas ações da Secretaria de Saúde orientam a população

sáb, 30/05/2009 - 10h00 | Do Portal do Governo

Para sensibilizar e alertar as pessoas sobre os problemas causados pelo fumo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu a data de 31 de maio como o Dia Mundial sem Tabaco. O tema escolhido para este ano é “Mostre a verdade. Advertências sanitárias salvam vidas”. 

No Brasil, desde agosto de 2001, os fabricantes ou importadores de tabaco devem colocar nas embalagens frases de advertência, acompanhadas de fotografias que mostram as conseqüências do tabagismo. A medida foi instituída pelo governador José Serra, que na época era ministro da Saúde. Até 5 de agosto, a indústria do tabaco deverá substituir as imagens de advertência antigas pelas novas. 

Os números comprovam a eficiência dessa lei. Segundo dados preliminares de uma pesquisa divulgada na quarta-feira, 27, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), 48,2% dos fumantes disseram que as advertências os deixam mais propensos a largar o cigarro. O estudo ainda revela ao ver as imagens e frases impressas, 39,1% dos fumantes deixaram de pegar um cigarro quando estavam prestes a acendê-lo. Além disso, 61,6% dos fumantes e 83,2% dos não-fumantes afirmaram que passaram a refletir melhor sobre os  riscos à saúde provocados pelo tabaco.  

Dos estádios de futebol às palestras de conscientização

A Secretaria da Saúde realizou programou ações durante esta semana – a última delas acontecerá no domingo, quando o Instituto do Coração (Incor) fará uma campanha contra o fumo nos estádios de futebol. “Chute o cigarro para longe, faça esse gol” é a frase que estará escrita nas faixas que vão circular pelo gramado, antes do início e nos intervalos dos jogos no Morumbi, na Vila Belmiro e em Barueri. 

Durante a semana, realizou exames médicos gratuitos para medir o nível de contaminação por monóxido de carbono no organismo das pessoas que fumam. Elas também puderam verificar o grau de dependência de nicotina. 

O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) promoveu uma palestra aberta ao público sobre os malefícios do cigarro e a nova legislação estadual. Já o Hospital das Clínicas realizou uma palestra sobre tabagismo e distribuiu materiais aos seus pacientes.

Números alarmantes 

Segundo dados da OMS, o tabagismo mata a cada ano 5,4 milhões de pessoas por doenças cardiovasculares, câncer de pulmão e enfermidades diversas. No Brasil, são registradas 200 mil mortes por ano. 

Caso a tendência se mantenha, em 2030 esse número subirá para 8 milhões de pessoas mortas em decorrência do tabagismo. O impacto do vício para a saúde é tão devastador que metade dos fumantes poderão morrer em virtude de doenças relacionadas ao consumo de cigarro. 

Segundo o pneumologista Ubiratan de Paul Santos, pneumologista do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor, a maioria das doenças decorrentes do tabaco aparece somente depois de décadas de consumo. “Antes disso, surgem alguns sinais que, embora incômodos, não têm gravidade suficiente para motivar o fumante a parar com o cigarro”, diz. 

O cigarro é responsável por 80% das mortes por câncer de pulmão e por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); 40% dos óbitos por doenças coronárias; 24% dos falecimentos por doença cérebro-vascular; e 30% de todas as mortes por câncer.