Detran.SP: Sabe o melhor jeito de não ser pego pelo bafômetro?

Não existe mágica, a única maneira é não beber antes de dirigir; Nenhuma substância é capaz de reduzir ou mascarar o álcool no organismo

ter, 27/12/2016 - 20h23 | Do Portal do Governo

A Internet é um campo fértil para informações distorcidas sobre os mais variados assuntos. Ultimamente, têm circulado nas redes dicas sobre formas de burlar o bafômetro, como beber refrigerante, fazer bochecho com enxaguante bucal, comer chocolate, bala e até tomar vinagre e remédio. No entanto, segundo especialistas do Detran.SP, nenhuma dessas práticas é capaz de interferir no teste do etilômetro, equipamento popularmente conhecido como bafômetro.

O único jeito de não ser pego no teste é não ingerir bebida alcoólica antes de dirigir. A hepatologista Marta Deguti, do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, explica por que os produtos mencionados acima não funcionam para essa finalidade. O vinagre, por exemplo, não consegue interferir no etanol exalado dos pulmões para o ar e, se contiver álcool na composição, pode até piorar a situação: “Esse boato é uma das muitas farsas que circulam nas redes sociais com o objetivo de burlar o teste do bafômetro. Mas o bafômetro mede o álcool ingerido, que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é exalado dos pulmões para o ar”, diz Marta.

Outro mito que circula nas redes é sobre o uso do Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6), medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações no órgão. “Mas ele não interfere na concentração do álcool que está no sangue ou que é exalado e medido no bafômetro”, rebate a hepatologista.

Ela explica ainda que o álcool é metabolizado em um ritmo lento, de 0,016% por hora, e isso pode variar muito – pode levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue. “Depende da quantidade ingerida, do tipo de enzima que cada fígado possui, pode ser mais rápido se a pessoa consome grandes quantidades de álcool regularmente, mais lento se o fígado não estiver totalmente saudável. Não há formas eficientes de acelerar esse processo”, continua Marta, ponderando que é mais fácil calcular a absorção do álcool pelo organismo. “O álcool é rapidamente absorvido e atinge o pico de concentração no sangue cerca de 30 a 45 minutos após ser ingerido”, afirma.

Também não adianta se negar a fazer o teste fazer escapar das punições, em caso de abordagem nas operações do Programa Direção Segura – que integram equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. Isso porque a recusa ao exame é considerada também uma infração, cuja penalidade ao condutor é multa de R$ 2.934,70 e processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.

Ainda que o motorista se recuse a soprar o etilômetro, se o perito da Polícia Técnico-Científica identificar pelo exame clínico que a pessoa está alcoolizada, o cidadão pode responder também por crime de trânsito, com pena de seis meses a três anos de prisão. No caso de quem se submete ao teste, o crime é constatado quando o índice é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido.

O bafômetro é tão preciso que pode detectar a presença de álcool caso o motorista faça o teste logo após ingerir alimentos que contenham álcool, como bombom com licor, ou usado antisséptico bucal que contenha álcool. Se isso acontecer, o motorista deve informar o fato à autoridade de trânsito no momento da abordagem.

No caso de um motorista que for flagrado dirigindo durante a suspensão da CNH, o mesmo recebe multa de R$ 5.869,40 e responderá a processo da cassação do direito de dirigir por dois anos. “Dirigir após ingerir bebida alcóolica é um risco à vida não apenas do motorista, mas também das pessoas ao redor. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor e dirigir exige máxima atenção”, alerta Neiva Aparecida Doretto, diretora-vice-presidente do Detran.SP.

Para obter mais informações, acesse o Portal do Detran.SP na Internet ou ligue no Disque Detran.SP – capital e municípios com DDD 11: 3322-3333. Demais localidades: 0300-101-3333. Atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h.

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