Destaque do D.O.: Projeto Guri criará mais 150 unidades para inclusão social de jovens carentes

Para participar, candidato precisa estar estudando; atualmente, há 26 mil alunos inscritos; mais de 60 mil já foram atendidos

qui, 13/07/2006 - 13h51 | Do Portal do Governo

Seis anos atrás, o jovem Alexandre da Silva Campos, então com 16 anos, viu um imóvel sendo reformado na Praça Júlio Prestes, no centro de São Paulo. Curiosidade aguçada, quis logo saber o que iriam fazer ali. Tão logo lhe informaram que seria uma escola de música, disparou as perguntas: “Vai ter violão? Tem vaga?”. Lembra que, na época, conhecia apenas dois ou três acordes, aprendidos em revistas de música. No local reformado surgiu o pólo Júlio Prestes do Projeto Guri, cujas aulas seriam gratuitas.

Para o aspirante a músico era como unir o bom ao melhor ainda: aprender a tocar violão de graça e a menos de duas quadras de sua casa. Alexandre começou a freqüentar as aulas assim que as atividades iniciaram.

Em junho de 2004, o pólo Júlio Prestes mudou de endereço. Foi para a Rua Lubavitch, no bairro do Bom Retiro, a pouco mais de 600 metros da antiga sede, mas levou junto o nome e o jovem Alexandre, agora na condição de instrutor. O empenho e a dedicação dele nas aulas renderam-lhe convite de seu professor, Marcelo Brazil, para dar aulas no projeto. Apesar de receoso, aceitou o desafio e passou a ensinar as turmas iniciantes de violão do Projeto Guri. O antigo instrutor, hoje colega de profissão, diz que valeu a pena apostar em Alexandre. “Ele tem um jeito especial de lidar com os pequenos”, afirma Brazil.

Boa semente – Uma aposta maior, que só teve ganhadores, foi no próprio Projeto Guri. Nascido no mês de novembro de 1995, com o objetivo de usar a música como instrumento de inclusão social de crianças e adolescentes, o Guri já levou música e cidadania a mais de 60 mil jovens. A primeira semente foi plantada há 16 anos pela Secretaria da Cultura, que transformou um antigo colégio no bairro do Brás, na região central de São Paulo, em sede do pólo-piloto do Guri, chamado de Mazzaropi em homenagem a Amácio Mazzaropi, ator que personificou a figura cômica e astuta do Jeca, símbolo do caboclo brasileiro.

Na época, 180 guris abraçaram o projeto, que ensinava música de graça. Além de aprenderem a tocar um instrumento, levaram para suas vidas alguns conceitos fundamentais do mundo da música – como os de trabalho em equipe e de respeito pelo outro, de quem depende seu próprio sucesso. Como toda semente bem cuidada, o Guri cresceu com força e vigor. Hoje, suas raízes estão espalhadas por 215 pólos (dois deles instalados em outros Estados), que atendem a 26 mil jovens na faixa etária de 8 a 18 anos. E vem mais por aí. Até o final do ano serão mais 150 unidades no Estado, possibilitando elevar o número de alunos para 46 mil.

Sirlaine Aiala – Da Agência Imprensa Oficial

 

(AM)