Dependência de drogas pode atingir 40% dos que consomem bebida alcoólica

Levantamento foi feito pela Secretaria da Saúde ao longo de 2007

ter, 24/06/2008 - 19h04 | Do Portal do Governo

Cerca de 40% das pessoas que consomem bebidas alcoólicas podem ter algum tipo de dependência, mesmo sem saber ou admitir. É o que aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão da pasta, realizado na cidade de São Paulo ao longo de 2007.

Os dados foram coletados em ações para orientação e prevenção ao uso de substâncias psicoativas realizadas em locais de grande circulação da cidade, como Parque da Luz, Pátio do Colégio e avenida Paulista. Profissionais do Cratod aplicaram o teste Assist (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening), de padrão internacional, que permite verificar se a pessoa precisa de algum tipo de orientação ou encaminhamento em relação ao consumo de álcool, cigarro ou drogas ilícitas. 

Das 250 pessoas que disseram já ter feito uso de bebidas alcoólicas, 100 foram avaliadas como dependentes em potencial, das quais 47 receberam orientações gerais sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e 53 foram encaminhadas para serviços gratuitos de tratamento a alcoólatras. 

Dos que já haviam experimentado cigarro ou derivados de tabaco, também ouvidos na pesquisa, 50,6% foram considerados como potenciais dependentes. E 30,7% dos que usaram cocaína ou crack tiveram a mesma avaliação. A proporção de dependentes para maconha foi de 22,5%, e de 9% para anfetaminas ou ectsasy.

O levantamento ainda apontou que 27,2% dos que consumiram bebida alcoólica já tentaram alguma vez diminuir o uso e não conseguiram. Já para 29,2% o consumo de álcool já resultou em algum problema de saúde, social, legal ou financeiro. E 34,4% informaram que parentes ou amigos já se mostraram preocupados com o uso de bebidas pelos entrevistados.

“A bebida alcoólica é socialmente mais aceita, mas não deixa de ser perigosa. A cerveja da happy-hour todos os dias, a pinga adocicada nas baladas e o uísque nos finais de semana podem trazer sérios prejuízos à saúde, além de aumentar o risco de acidentes”, afirma a diretora do Cratod, Luizemir Lago.

Da Secretaria da Saúde

C.C.