A Delegacia Eletrônica do Estado poderá registrar este ano mais de 200 mil boletins de ocorrência, o que irá superar os 186.904 de 2006. A projeção baseia-se nos 96.195 boletins recebidos entre janeiro e maio. Em 2000, quando foi inaugurada, a unidade totalizou 21.118 atendimentos. Com o serviço, ganham os cidadãos de todo o Estado, ao notificar furtos e perdas rapidamente pela Internet, e as delegacias convencionais que ficam desafogadas para atender às ocorrências policiais mais complexas.
A titular da Delegacia Eletrônica, Cristina Bonilha Jarnyk, explica que são aceitos somente casos simples, sem uso de violência ou ameaça grave. O roubo, por exemplo, não é notificado na Delegacia Eletrônica. “Registramos ocorrências que a polícia resolve sem a necessidade de a vítima prestar depoimento ao delegado ou ao investigador”, conta Cristina.
A unidade atende perda ou furto de documentos, celulares, carros, placas de veículo e desaparecimento de pessoas. Se o fato não se encaixar nesses exemplos, os policiais atendentes da Eletrônica orientam o cidadão a procurar a delegacia. O boletim é preenchido e enviado pela Internet. A resposta ao cidadão é por e-mail ou, às vezes, por telefone. A delegada Cristina assegura que na maioria das vezes a resposta, em caso de aprovação ou não do boletim, é encaminhada no mesmo dia. “Dependendo da demanda de trabalho ou da ocorrência, há situações em que a pessoa recebe a resposta em meia hora”, diz.
O boletim é preenchido no site da Secretaria Estadual da Segurança Pública, no link Delegacia Eletrônica, à direita da página principal. Os dados (número de documentos da pessoa, placas de veículos) são verificados pelos policiais ao receber a ficha no computador. O sistema da delegacia dispõe de banco de dados de órgãos públicos e privados, mais especificamente acesso ao RG, CPF, endereços, telefones, informações do Detran, etc.
“O boletim de ocorrência é documento legal que exige informações precisas, por isso checamos tudo que for possível”, explica Cristina. No caso de incorreções, o cidadão é contatado para corrigi-las. Aprovado, o boletim é enviado, também pela Internet, à delegacia responsável pela área onde ocorreu o fato. A partir daí, torna-se um boletim de ocorrência e o cidadão é informado sobre esse procedimento.
Equipe
A média de solicitações eletrônicas é de 1,3 mil, nos dias úteis. Aproximadamente 60% se referem à perda de documentos, fato considerado não criminal. No local, trabalham 51 policiais civis, distribuídos em turnos de 24 horas. A estrutura é formada por 14 pontos de atendimento. Porém, adianta Cristina, a capacidade é de 24 postos, o que permite futura ampliação. Geralmente, de segunda a sexta-feira trabalham 14 pessoas no horário diurno.
Além dos policiais, a delegacia recebe a ajuda de estagiários da Academia de Polícia Civil do Estado (Acadepol). Antes do início na carreira, o futuro policial passa pelos principais departamentos da Civil, entre eles a Delegacia Eletrônica. Na academia, estuda por seis meses.
É o caso da jovem Débora Monteiro, 24 anos, aprovada em concurso público no ano passado e que cursa a Acadepol desde dezembro. “Ao chegar aqui, me surpreendi com a infra-estrutura de tecnologia, ambiente agradável e colegas atenciosos em ensinar o trabalho”, alegra-se a policial, que pretende, futuramente, ser delegada. Curso de Direito ela já tem. Por enquanto, quer atuar na divisão de homicídios.
SERVIÇO
Delegacia Eletrônica
Telefone (11) 3311-3880
Site www.ssp.sp.gov.br
Quem não tiver Internet em casa pode utilizar o serviço do
Programa Acessa São Paulo disponível gratuitamente
nos postos do Poupatempo
Outras informações no 0800-77 236 33
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Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial