Um estilo musical irreverente e alegre tem levado cada vez mais pessoas de todas as idades para a região da Luz, na capital. O chorinho, considerado um dos mais genuínos gêneros musicais brasileiros, faz parte da programação da Secretaria da Cultura. Todos os terceiros sábados de cada mês, das 14 às 18 horas, a Rua General Osório torna-se ponto de encontro de novas e velhas gerações que descobrem nesse estilo “a verdadeira encarnação da alma brasileira”, dizia o maestro Villa-Lobos.
O Projeto Rua do Choro foi retomado pela secretaria em setembro do ano passado, com as apresentações do flautista Altamiro Carrilho, que já esteve em mais de 40 países difundindo o gênero, e do jovem bandolinista Danilo Britto.
No dia 16, haverá quatro apresentações, que destacarão clássicos do choro. É uma junção de artistas de renome, freqüentadores de rodas de choro na noite paulistana: Barão do Pandeiro já tocou com Zé Ketti, Nelson Cavaquinho, Carlos Poyares, Germano Mathias e Clementina de Jesus, entre outros; Arnaldinho do Cavaco é integrante do conjunto Isaías e seus Chorões e acompanhante oficial de Jamelão; Silvili é cantora paulistana; Marcos Bertaglia toca violão de sete cordas; e o Conjunto Paulistano, de formação tradicional, porém eclético em seu repertório, é integrado por João Macacão (violão de sete cordas), João Wertcko (cavaquinho), Adauto Cardoso de Oliveira (Tigrão do Pandeiro) e Milton Mori (compositor, arranjador e bandolinista).
Berço da música popular
Cada edição da Rua do Choro é uma grande festa que atrai admiradores de toda a capital. Além de música de primeira qualidade, há opções dos bares tradicionais.
Carlos Henrique Machado, pesquisador do gênero, diz que o evento objetiva mostrar que choro “é coisa de gente talentosa e berço da música popular e instrumental brasileira”. Ele compôs 35 canções que deram origem ao CD Vale dos Tambores.
“A idéia é fortalecer o gênero, com a presença de grandes expressões de outras cidades do Estado e misturar os novos talentos à velha guarda do chorinho”, explica Guilherme Brito, diretor da Unidade de Fomento e Difusão Cultural, responsável pelo evento.
Miguel Fazenelli, proprietário da casa comercial Contemporânea, que existe há 54 anos e é considerada o reduto dos maiores poetas, compositores e músicos do século passado, afirma que quando começou a primeira Rua do Choro, em Pinheiros, há mais de 20 anos, já se realizava em sua loja, localizada na Rua General Osório, o Encontro dos Chorões, todos os sábados. Isaías do Bandolim, Arnaldinho do Cavaco, As Choronas, Danilo Brito e Dona Iná foram descobertos lá pela mídia.
Wilson Malagoli, proprietário de uma das lojas de peças da rua, diz que “é necessário investir nesse tipo de evento para mostrar aos jovens o que é realmente bom”.
SERVIÇO
Rua do Choro – Rua General Osório
Esquina com o Largo General Osório – Luz
Próximos eventos: 16 de setembro, 21 de outubro e 18 de novembro
Das 14 às 18 horas. Grátis
Maria Lúcia Zanelli
Da Agência Imprensa Oficial
