Cultura: Festival latino-americano traz 40 cineastas para São Paulo

Mostra começa nesta segunda-feira, dia 10, no Memorial da América Latina

seg, 10/07/2006 - 18h49 | Do Portal do Governo

Nunca no Brasil tantos cineastas latino-americanos estiveram reunidos num único evento. Serão nada menos que 40 nomes de diferentes gerações de todo o continente que participam em São Paulo do Primeiro Festival de Cinema Latino-americano.

O festival começa na noite desta segunda-feira, dia 10 e vai até o próximo dia 16 de julho no Memorial da América Latina, Cinesesc e Sala Cinemateca. Além da exibição de filmes, haverá uma série de palestras que pretendem levar à reflexão sobre a produção e os rumos do mercado na região. Na abertura será exibido o filme “Za-2005, o Velho e o Novo”, do argentino Fernando Birri.

A mostra de filmes exibirá cerca de 100 obras de diversas épocas, todas de grande representatividade. Nomes históricos do cinema latino-americano, como o chileno Miguel Littín, o cubano Juan Carlos Cremata Malberti e os argentinos Marcelo Piñeyro e Santiago Loza têm presença confirmada para a edição inaugural do mais novo festival de cinema no Brasil. Devido à necessidade de discutir a singularidade estética da produção cinematográfica latino-americana, a Secretaria de Estado da Cultura e o Memorial da América Latina, organizaram um evento que pretende dar a dimensão que o segmento merece.

Encontros e mesas de debates tratarão de temas como a estética do cinema latino-americano, o documentário na América Latina, as perspectivas de distribuição alternativa latino-americana e a retomada do movimento cineclubista são alguns dos assuntos que estarão presentes. E tem muito mais. Oficinas de documentários e edição também farão parte do festival. Filmes clássicos dos anos 1950-1970, como “Lucía” (do cubano Humberto Solás), “Barravento” (do brasileiro Glauber Rocha), “Ukamau” (do boliviano Jorge Sanjínes) e os cubanos “Retrato de Teresa” (Pastor Vega), “A Morte de Um Burocrata” e “Memórias do Subdesenvolvimento” (ambos de Tomás Gutierrez Alea) são também atrações da programação. O festival é um projeto proposto pelo secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade. Ele acredita que o momento que o cinema latino-americano vive é bem especial em toda sua história. “Importantes realizadores de vários países da América Latina fazem parte da produção mundial com destaque e alimentam o mercado independente.

Nos últimos dez anos, produções excepcionais de países como Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e México têm conquistado importantes prêmios internacionais e desviado a atenção da crítica e dos produtores”, afirma Andrade. E vai além: “O festival será importante para revelar uma nova visão mais moderna e atual do cinema latino-americano e de sua importância para nós e para o mundo. O diretor geral do festival Felipe Macedo considera que São Paulo tem condições e necessidades suficientes para promover um encontro da cultura latino-americana. “Acredito que o festival vai gerar uma reflexão sobre as origens do cinema, colocará em discussão características comuns da produção cinematográfica da América Latina, além  de novas questões de mercado e o momento atual”, observou.

O encontro, acrescentou, discutirá a estética do cinema argentino – que tem se destacado em todo o mundo -, a produção brasileira, que ocupa mais espaço no mercado etc. “Enfim, reflexões com propostas concretas”, afirma Macedo. O diretor espera que o evento se consolide de imediato, uma vez que já nasce como um festival de grande importância. “Quero que o festival fique firmado como um marco de encontro do cinema na América Latina, que ocorra integração da produção de cinema, para desta forma cada vez mais crescer a produção e qualidade dos países envolvidos”.

Alguns filmes que serão apresentados: O Banheiro (2005), de Gregory Cohen; O Monobloc (2005), de Luis Ortega; Salvador Allende (2004), de Patrício Gúsman;  O que você faria (2005),de Marcelo Piñeyro; e Ponto Final (2004), de Elia Schneider.  Preciosidades como A morte de um burocrata (1966), de Tomás Gutiérrez Alea; A hora dos fornos (1968), de Fernando Solanas e Octávio Getino; Tire Die (1959), de Fernando Birre; Now! (1969), de Santiago Alvarez; e Ukamau (1966), de Jorge Sanjinés também fazem parte do Festival.

Confira a programação completa no site www.festlatino.com.br

Memorial da América Latina

Rua Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda.  (11) 3823-4600

Cinesesc

Rua Augusta, 2075. Jd.Paulista. (11) 3064-1668

Sala Cinemateca

Lgo. Senador Raul Cardoso, 207. Vl Clementino. (11) 5084-2177

Assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura

C.A.