Cultura: Exposição italiana marca Centenário da Pinacoteca

Como parte das comemorações do primeiro centenário da Pinacoteca do Estado, a abertura da exposição Luz e Sombra na Pintura Italiana— do Renascimento ao Barroco, foi marcada por um evento voltado para convidados apreciadores da arte italiana, na última terça-feira, dia 28. A mostra busca apresentar ao público uma visão ampla da arte renascentista e barroca, dos anos 1500, 1600 e 1700.

As obras expostas marcam quem as observa pela riqueza de detalhes, e assustam pela perfeição. Os pintores do Renascimento e do Barroco — mestre como Tiziano, Lorenzo Lotto, Tintoretto, Veronese, Guido Reni, entre outros — preocupavam-se em criar retratos fiéis da paisagem que queriam reproduzir; possuíam um compromisso com a verossimilhança. Apesar do homem ser o centro de todas as coisas e estar representado com magistral perfeição entre os séculos XV e XVI, a temática religiosa ainda se faz presente nas obras deste período, com retratos e representações de histórias bíblicas, como a passagem de Davi e Golias, que está representada em três pinturas.

No evento de inauguração da exposição, o curador da mostra, Vittorio Sgarbi, pronunciou seu discurso, em italiano, para uma platéia formada em grande parte por convidados italianos, franceses e alemães. Em seu discurso, Sgarbi relatou o processo de escolha das 65 obras expostas, dentre as 200 peças que fazem parte da coleção particular do milionário italiano Luigi Koelliker, que ainda não foi exposta na Itália. De acordo com Sgarbi, Koelliker iniciou suas aquisições para a coleção há cerca de 15 anos e poderá levar ainda 40 anos para a Itália vir conhecê-la. “Os brasileiros têm o privilégio de ser os primeiros a aprecia-la”, ressaltou. Sgarbi explicou que procurou escolher as obras mais significativas, que englobam um século e meio de arte.

Para o secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade, a mostra, além da estética renascentista e barroca, representa o encontro de duas nacionalidades. “Esta mostra irá marcar a história da Pinacoteca”, afirmou. “Eu, por ser cineasta, fiquei absolutamente encantado com o jogo do claro e escuro presente nas telas”. Andrade ressaltou, ainda, o “grande poder de atração cultural” que o centro de São Paulo tem — além da Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o recém-inaugurado Museu da Língua Portuguesa, o Centro de Estudos Musicais Tom Jobim e o Atelier Amarelo estão na região. Ao final da cerimônia, o secretário descerrou uma placa alusiva ao centenário da Pinacoteca.