Cubatão festeja redução de 98,8% da emissão de poluentes

Programa de Controle de Poluição no município, realizado pela Cetesb, completa 25 anos com bons resultados

qua, 30/07/2008 - 14h44 | Do Portal do Governo

Vinte e cinco anos depois do início do Programa de Controle de Poluição, em Cubatão, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) da Secretaria do Meio Ambiente, comemora bons resultados. A emissão de material particulado, por exemplo, que, no início da década de 1980 chegava a 363 mil toneladas/ano, foi reduzida em 98,8%. A ação contou com investimentos de US$ 1 bilhão, além de reunir parcerias entre indústrias e órgãos fiscalizadores, mobilização da imprensa e da sociedade, conscientização ambiental, rigor da legislação e inovações tecnológicas.

Para apresentar os números do controle ambiental obtidos em Cubatão, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) realizaram o evento A Recuperação Ambiental de Cubatão, 25 Anos de Investimentos. O trabalho foi organizado e apresentado por Eduardo San Martin, ex-diretor da Cetesb e integrante do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp. San Martin explicou que não foi possível obter os dados de produção das indústrias entre 1983 e 1996, mas que com as informações levantadas a partir de 1997 até hoje conseguiu diagnosticar crescimento na produção. “Esse trabalho revela que é totalmente possível crescer e gerar riqueza, sem agredir o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que houve aumento de 39% na produção das indústrias da região, ocorreu expressiva redução nas emissões de poluentes, a vida voltou a Cubatão e esse trabalho de controle ambiental, é claro, não tem fim”, afirmou.

Povo nas ruas

Outros indicadores da melhoria ambiental: os hidrocarbonetos tiveram uma redução de 95,79% e a emissão de fluoretos caiu 99,11%. Já os óxidos de enxofre e a amônia, considerados grandes vilões por causarem a chuva ácida, que matavam a vegetação da Serra do Mar, foram reduzidos em 72,17% e 99,43%, respectivamente.

“É fundamental reconhecer o papel dos ambientalistas, que naquela época criticavam o modelo de desenvolvimento predatório que se instalou por aqui. A recuperação de Cubatão só foi possível porque trabalhamos juntos e a população se envolveu e exigiu uma mudança”, ressaltou o secretário estadual do Meio Ambiente. “O ar que se respira hoje em Cubatão é freqüentemente melhor do que o de São Paulo. Esses resultados comprovam que a natureza, quando ajudada, tem uma incrível capacidade de recuperação. Mas os desafios nunca acabam, agora a nossa preocupação é com o aquecimento global. Engajados no sistema ambiental, nós estamos fiscalizando as emissões de gases de efeito estufa e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) é uma das empresas que já está sendo monitorada”, acrescentou.

O prefeito de Cubatão também enfatizou a atuação da população local, que foi às ruas para protestar contra os níveis alarmantes de poluição, mas ponderou ser necessária maior divulgação dos dados de recuperação do município, pois ainda hoje é abordado em outros Estados por pessoas que fazem referência ao “Vale da Morte”.

O secretário da pasta informou ainda que o governo paulista construirá na região da Água Fria, em Cubatão, um jardim botânico, que será o maior atestado público da recuperação que houve na cidade. Outra ação que está sendo conduzida pelo governo do Estado na região da Serra do Mar é a remoção das famílias que ocupam as áreas de risco na encosta da Serra, para locais seguros, onde poderão ter a escritura definitiva de suas casas. Esse trabalho é uma das prioridades do governo e vai absorver R$ 400 milhões, mas trará como resultado a proteção do maior patrimônio ambiental de São Paulo.

Desenvolvimento sustentável

O lançamento de carga orgânica em corpos d’água atingiu o objetivo proposto no início do Programa de Controle de Poluição, com redução de 92,5%. No mesmo período, houve 28,3% a menos na captação de água e aumento de 65,6% na recirculação da água no processo produtivo, somado à captação de águas pluviais.

A geração de resíduos de classe I e II foi diminuída em 17% e houve elevação de 19% no reúso e reciclagem dos materiais. Dessa forma, desde o começo da iniciativa, as empresas reduziram em 89% a destinação de resíduos para aterros e incineração.

A prestação de contas foi uma iniciativa das próprias indústrias, para mostrar que é possível aliar o aumento da produtividade e o desenvolvimento econômico ao uso de medidas positivas para o meio ambiente. A recuperação da vegetação da Serra do Mar, a volta da qualidade das águas do Rio Cubatão e a eliminação de estados críticos de poluição do ar são exemplos dos resultados alcançados.

“Ficamos orgulhosos por sermos paulistas e termos essa consciência de buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento e o respeito ao meio ambiente. É importante observar que de 1983 para cá foram anos de vacas magras para a economia do País, mesmo assim os investimentos foram feitos e agora estamos tranqüilos, porque cumprimos a nossa missão e vamos continuar investindo em desenvolvimento sustentável”, concluiu Paulo Skaf, presidente da Fiesp e Ciesp.

Da Secretaria do Meio Ambiente

(I.P.)