Criminalidade tem queda recorde em São Paulo

Levantamento constatou que, no último trimestre de 2007, foram observadas taxas recordes de redução da criminalidade em São Paulo

qui, 31/01/2008 - 14h20 | Do Portal do Governo

Atualizada às 16h34

Os índices de segurança pública em São Paulo têm registrado redução recorde.  De 1999 para cá os homicídios diminuíram 63% e os latrocínios recuaram 67%, enquanto que o roubo de veículos caiu pela metade nos últimos oito anos. Os números estão no levantamento trimestral “Estatística da Criminalidade no Estado de São Paulo”, divulgado na manhã desta quinta-feira, 31, pela coordenação de Análise e Planejamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Com a publicação dos dados relativos ao quarto trimestre do ano passado, os números comprovam a expressiva queda nos principais indicadores criminais entre 2007 e 2006.

No último trimestre do ano passado foram registradas taxas recordes de redução de roubo de veículos (-14%), de furtos (-10,6%), de furto de veículos (-17,2%), de seqüestros (-79%) e aumento também inigualado no combate ao tráfico de drogas (+ 34,3%). “Os números foram os melhores da história, houve queda em vários indicadores”, destaca o autor da pesquisa, Túlio Khan, coordenador de análise e planejamento da secretaria.

“Qualitativamente, observamos uma redução dos crimes violentos (homicídio, latrocínio, estupros e roubos) no total geral de crimes. Os crimes violentos chegaram a representar 21,4% do total de crimes em 1999. Mas, no último trimestre de 2007, representavam apenas 14,8% do total”, observa Khan.

A pesquisa é publicada desde o segundo semestre de 1995 e pode ser consultada aqui.

Desempenho policial

O combate ao tráfico de entorpecentes intensificou-se no quarto trimestre de 2007, batendo recordes no número absoluto e relativo de casos. Com 34,3% de aumento, trata-se da maior variação das taxas desazonalizadas já observada, desde o início da série em 1995. Em termos de volume de drogas apreendidas, foram 84 toneladas, maior número de apreensões já verificado no Estado no período de um ano.

O volume de prisões também cresceu 10,3% comparado ao quarto trimestre de 2006, voltando ao patamar de 28 mil presos por trimestre. Mas, diferentemente do que ocorria no passado, o crescimento das prisões se dá num contexto de queda da criminalidade, de modo que houve, de fato, um aumento de produtividade da polícia: no passado recente havia 46 prisões para cada mil delitos cometidos no Estado e, atualmente, a relação é de 57 por mil.

O número de armas apreendidas pela polícia caiu novamente no último trimestre, como vem ocorrendo sistematicamente desde o Estatuto do Desarmamento em 2003. Como a atividade policial é crescente, o que se observa é que o número de pessoas que saem armadas nas ruas vem diminuindo gradativamente.

Cidades x Estado

Em 1999 foram registrados 12,8 mil homicídios no Estado, já em 2007 foram 4,8 mil. De acordo com o pesquisador Túlio Kahn, esse dado equipara São Paulo às cidades de Nova Iorque e Bogotá. Ele ressalta que as duas cidades reduziram os índices de homicídio para 73% em um período de dez anos e 80% em um período de treze anos, respectivamente. “A nossa taxa de redução tem sido inclusive mais intensa. Lá são cidades. Aqui é um estado. Observamos queda em 538 dos 645 municípios do estado. É uma queda generalizada. Na capital essa redução é ainda maior, de 72%”, afirma.

Kahn comenta ainda que a meta para 2008 é o registro de 10 homicídios para cada cem mil habitantes. Em 1999, só um bairro estava nessa faixa, o Itaim Bibi, na zona sul da capital. Atualmente, a cidade tem 28 bairros que já estão dentro desse objetivo. “Praticamente 427 municípios também estão dentro dessa meta. É uma situação de primeiro mundo”, diz.

“As chacinas, que vem diminuindo no Estado desde 1999, são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que esclareceu quase 95% dos casos”, explicou o coordenador. Ele disse que o roubo foi o único índice que aumentou: 1,8% em relação a 2006, mas em relação ao trimestre passado caiu 0,7%. O sociólogo frisou que a maioria dos registros é referente a roubo e furto de celulares. Kahn explica que a disseminação do produto é um fator relevante.

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(C.M.)