Crimes cibernéticos: provocações e ameaças

Saiba o que fazer diante de situações de risco na internet

qui, 20/09/2007 - 14h19 | Do Portal do Governo

Quando Daniela (nome fictício) abriu sua caixa de e-mail no dia 9 de março de 2006 teve uma surpresa. “Olá, Dani, meu nome é Cris, sei que você não me conhece (mais o seu namorado me conhece… e como conhece) vim aqui te contar do meu primeiro grande encontro com ele, na verdade não vou entrar em detalhes porque é um assunto pessoal a nós dois, se é que você me entende…”

Confusa, Daniela se correspondeu com a desconhecida durante um mês. Nesse período, a remetente deu sinais de saber não apenas o nome de Daniela como o endereço de sua casa, trabalho, telefones e informações familiares. As provocações evoluíram para ameaças: “Vou te perseguir por muito tempo ainda… até conseguir o que quero”. Então, no dia 17 de abril, Daniela recorreu à polícia.

Casos como este correspondem à maior parte dos inquéritos. Crimes contra a honra são 60%; furto mediante fraude (desvios em contas bancárias) são 15%; estelionato (financiamentos e operações falsas de compra e venda) são 8%; pedofilia e pornografia infantil , 3%”, afirma o delegado. Os 14% restantes incluem delitos diversos – sonegação fiscal, apologia ao crime e extorsão.

A delegacia, criada em 2001, começou com o registro de cerca de 60 casos naquele ano. Hoje conta com mais de 270 apenas neste ano, que chegam via boletim de ocorrência ou por meio de pedido do Ministério Público.

No caso de Daniela, a investigação, encerrada em julho de 2007, chegou a uma estudante universitária de 20 anos que enviava os e-mails por ciúme de um ex-namorado em comum. Como a estudante enviava a correspondência durante o horário do expediente, a empresa de recursos humanos onde ela estagiava também foi chamada para prestar declarações à polícia.

Além do constrangimento profissional, a jovem ficou sujeita a que a ocorrência constasse do seu atestado de antecedente criminal, se a vítima registrasse queixa contra ela. Nesse caso, a moça ficaria impedida de ser contratada pelo serviço público, por exemplo. 

Da Secretaria de Segurança Pública