Um projeto de policiais militares de Salesópolis, a 97 quilômetros da Capital, oferece oportunidades a crianças e jovens da região de se afastarem do crime e criarem novas perspectivas de futuro. O 2º Pelotão da 3ª Companhia do 17º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPMM) dispõe de uma Brigada Mirim, na qual os jovens entre 12 e 16 anos recebem como ensinamento os valores da Polícia Militar – composta pelo Corpo de Bombeiros e pelas Polícias Ambiental e Rodoviária – além de terem a oportunidade de participar de cursos profissionalizantes que os capacitam para o mercado de trabalho.
De acordo com o tenente comandante do pelotão e idealizador da Brigada, Agnaldo de Paula Leite Ribeiro, além de conhecerem o trabalho dos bombeiros, os jovens têm noções de primeiros socorros, prevenção de acidentes e aprendem a se comportar em casos de incêndio. O COE (Comando de Operações Especiais) da Polícia Militar, em visita a Salesópolis, passou às crianças noções de sobrevivência na selva. Já a Polícia Ambiental, que também colabora a convite do pelotão, ensinou aos jovens conceitos de biologia, zoologia e preservação do meio ambiente.
O principal objetivo da instituição é resgatar o civismo, combater às drogas e a violência, além de passar conceitos de cidadania, hierarquia, disciplina, noções de direitos e deveres e princípios básicos da Brigada de Incêndio. “Queremos manter os jovens ocupados com coisas boas, recuperando os valores que foram perdidos com o tempo, como o respeito aos símbolos nacionais”, comentou.
A inclusão social é outro ponto importante do trabalho desenvolvido com os jovens. De acordo com o tenente, a incidência de jovens com pais separados ou presos é grande na região, e, por isso, a brigada desenvolve um trabalho que também visa o social. “Dependendo do caso, encaminhamos o aluno para um psicólogo”, disse.
Mercado de trabalho
Devido a uma parceria entre a instituição e escolas profissionalizantes, as crianças podem contar com aulas de pintura, música, desenho, culinária, informática e até reforço escolar. “A gente espera que depois desse período eles estejam capacitados para conseguirem uma colocação no mercado de trabalho”, contou o tenente.
De acordo com o tenente De Paula, a Brigada pretende criar, futuramente, vínculos com o empresariado para inserir os jovens no mercado de trabalho, depois de finalizarem o curso. “Uma empresa que precisa de funcionários poderá consultar a Brigada e verificar se há um aluno de acordo com o perfil desejado”, explicou.
As aulas são ministradas às segundas e sextas-feiras, em dois horários: das 8 às 10 h e das 14 às 16 h, de acordo com o horário escolar. Quem estuda de manhã, freqüenta as aulas à tarde e vice-versa. O grupo de brigadistas mirins é dividido em dois pelotões: feminino e masculino. O primeiro é comandado pela soldado Cláudia de Paula Ribeiro, enquanto o segundo é orientado pelo soldado Fábio Rogério Barbosa.
O projeto
A Brigada Mirim foi idealizada pelo tenente Agnaldo de Paula Leite Ribeiro em abril de 1998, permanecendo em vigor até 2000. Em 25 de março de 2008, o projeto foi retomado com 120 alunos. “Nossa meta é chegar a 250 crianças em um ano”, informou De Paula.
A Brigada Mirim é solicitada para fazer parte de eventos, soltar peixes na nascente do rio Tietê, replantar árvores e auxiliar em campanhas sociais, como a do agasalho, por exemplo. “No dia 8 de junho é comemorado o dia do Pracinha, e as crianças da Brigada estiveram no evento. Elas entregaram certificado de honra ao mérito e cantaram hinos – inclusive o do expedicionário – como forma de homenagear os veteranos de guerra da cidade”, comentou.
Da Secretaria da Segurança Pública
