Criança deve praticar esportes com orientação médica

Nutrientes que podem ser necessários ao crescimento são usados pelo organismo em competição

sex, 06/06/2008 - 9h00 | Do Portal do Governo

A prática esportiva realizada por crianças deve ser acompanhada de orientação médica que observe os aspectos clínicos, ortopédicos, nutricionais e psicológicos do jovem esportista. O alerta é da pediatra Beatriz Perondi, do grupo multidisciplinar de Medicina Esportiva do Instituto da Criança (ICr) e da disciplina de Reumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Para exemplificar a importância de se fazer esse acompanhamento, a pediatra explica que, durante os treinos ou competições, o organismo da criança utiliza os nutrientes disponíveis, que são necessários para garantir um crescimento adequado. “Com isso, o desenvolvimento muitas vezes é comprometido por uma carga excessiva de exercícios”, afirma.

O serviço de Medicina Esportiva oferece orientação e acompanhamento para que a alimentação da criança tenha os nutrientes necessários para proporcionar a “energia” de que ela precisa sem que o desenvolvimento físico seja comprometido.

Todas as crianças atendidas pelo serviço passam por exames que possibilitam avaliar o estado clínico, como o teste ergométrico, ecocardiograma e níveis de colesterol. Os resultados permitem definir, além da condição física, qual a freqüência e a carga de treinamento a que está apta, sem que o esporte lhe traga riscos à saúde.

Doenças crônicas – Além de trabalhar com esportistas amadores ou de competição, o serviço de Medicina Esportiva do ICr desenvolve programa de atividades físicas para crianças portadoras de doenças crônicas. Esse trabalho é realizado em conjunto com o Ambulatório de Reumatologia do Instituto Central do HC.

O grupo atende crianças com problemas pulmonares, cardiológicos, reumatológicos ou oncológicos, que precisam praticar atividades físicas dentro de condições específicas. “A doença muitas vezes alimenta um círculo vicioso em que a criança não faz nenhuma atividade física e essa inatividade de certa forma limita a qualidade de vida”, observa a médica.

O programa desenvolvido pelo serviço, que dispõe de uma academia de ginástica especialmente planejada para atender crianças com essas patologias, procura quebrar esse círculo e definir, dentro das necessidades e limitações de cada criança, um programa de exercícios. O objetivo é contribuir para fortalecer a musculatura, ampliar a flexibilidade e o condicionamento, proporcionando a melhoria da qualidade de vida.

Da Agência USP de Notícias

(M.C.)