Criado um super-herói para divulgar ciência

Personagem Super Pi foi inspirado em aulas de Física

seg, 26/02/2007 - 17h00 | Do Portal do Governo

A linguagem dos quadrinhos poderá ser um instrumento para divulgar conceitos científicos e estimular o interesse pela ciência entre os escolares e também em projetos acadêmicos na Unesp. A idéia é do docente Pelópidas Cypriano de Oliveira, do Instituto de Artes, campus de São Paulo, que coordenou o curso de especialização “História da Arte e Cultura Contemporânea”, onde o projeto de criação de um herói com super-poderes se transformou em realidade.

Com base na 16ª letra do alfabeto grego, o Pi, e nas atividades do Show de Física, foi criado o Super Pi, um herói a serviço da ciência. O desenho é do cartunista e aluno do curso de especialização Rodrigo Bueno. “O personagem foi criado à imagem e semelhança do professor Pimentel, não como uma caricatura, mas como um personagem autônomo”, conta Bueno. O docente Jorge Pimentel coordena o Show de Física e também é responsável pelo Programa permanente de divulgação da Ciência na Unesp.

O super-herói possui todos os poderes dos heróis clássicos dos quadrinhos. Tem visão de raio-x, de calor e a laser, corpo elástico, super-velocidade e super-força. “Pensei no personagem com uma figura simpática, exterminador implacável da ignorância”, acrescenta o desenhista Bueno.

Além do Super Pi, mais seis personagens foram criados para interagir com ele. São o Macaco-cobaia, o ajudante do herói; Veider, o vilão; a dupla Batman & Robin; Nerds, que dá a versão matemática dos fenômenos; o professor Coacha, o rei dos esportes; a Teres Otérica, a mística; e a Alfa e Bate, irmãs siamesas completamente diferentes.

A intenção é tornar o Super Pi uma marca da UNESP para ser utilizada em trabalhos acadêmicos como recursos de artes visuais. “A idéia é produzir tiras e revistas que ultrapassem a barreira da aparência de material didático ou apostilas ilustradas”, relata Pelópidas, que estuda a interação entre a arte e a ciência há mais de dez anos. “É uma linguagem que tem grande apelo e poderá ser útil, por exemplo, como instrumento pedagógico em projetos da extensão universitária e nos cursos de licenciatura para estimular o ensino e a aprendizagem da Física”, afirma.

Para Pimentel, físico e docente do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE), campus de Rio Claro, as histórias em quadrinhos constituem uma metodologia inovadora para a divulgação da ciência. “É um instrumento cuja linguagem objetiva e atrativa pode ajudar a desmistificar os conceitos da Física”, aponta. “Este recurso metodológico deve ser estimulado não somente pelos coordenadores dos projetos que integram o programa Ciência na Unesp, mas por todos aqueles professores que notarem talento artístico em seus alunos.”

Pimentel vê a criação do Super Pi como uma homenagem a todos os professores que lutam contra as adversidades para transmitir o conhecimento científico. “A missão de lecionar é digna de admiração e respeito até mesmo pelo vilão Veider”, acrescenta.

Na próxima etapa do trabalho serão criados roteiros das aventuras do Super Pi, baseadas em demonstrações apresentadas no Show de Física. Originalmente as tiras deverão ser produzidas para a mídia impressa. Em seguida virão as versões eletrônicas, que devem ampliar as possibilidades de difusão do conhecimento.

Do Portal da Unesp