Cravi oferece suporte amplo e gratuito às mulheres vítimas de violência

Órgão ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania conta com equipe especializada para atendimento às cidadãs

qua, 07/03/2018 - 10h14 | Do Portal do Governo

Com 79% dos atendimentos destinados ao público do gênero feminino, o Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) oferece suporte gratuito às mulheres em diversas áreas. O espaço possui uma equipe interdisciplinar de triagem, especializada em receber, triar e encaminhar os usuários para a rede pertinentes a cada demanda.

Os colaboradores do Cravi, programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, são especializados em acolher, atender, informar e orientar vítimas e familiares nos casos de crimes de homicídio, latrocínio e ameaça, além de violência doméstica. Criado em 1998, o centro possui quatro postos no Estado: Barra Funda (capital), Araçatuba, Santos e São Vicente.

Desafio

Desde o início das atividades, o programa já realizou quase 35 mil atendimentos (24% dos casos compreendem relatos de violência doméstica). “Entendemos que a mulher adere mais aos serviços oferecidos pelo Cravi do que os homens. As cidadãs atendidas necessitam, em geral, de um apoio mais prolongado. O atendimento é desafiador e gratificante”, destaca a coordenadora do Cravi, Cristiane Pereira.

“Trabalhamos com as mulheres em grupo, como um espaço de bate-papo, de modo que elas possam dividir histórias”, acrescenta Cristiane Pereira. Outro ponto destacado pela coordenadora é o convênio do centro com o Tribunal de Justiça de São Paulo para atender, por telefone, vítimas de violência doméstica cujos autores passaram por audiências de custódia.

“Temos os telefones e portas abertas às vítimas, sobretudo mulheres e crianças. São cerca de 150 atendimentos mensais e não temos fila de espera. As cidadãs querem falar da dor e acessar o Poder Judiciário”, explica Priscila Martins D’Áurea, psicóloga do Cravi. O centro já realizou cerca de 800 atendimentos do tipo desde setembro de 2016. “Tentamos entender o que se passa com elas, oferecendo suporte psicológico e jurídico. Informação e atendimento psicológico empoderam”, ressalta a psicóloga.

A auxiliar administrativa Esdras Ferreira da Silva participa das atividades do Cravi desde fevereiro de 2017, após ser vítima de violência doméstica por parte do ex-marido. Aos 49 anos, ela destaca que os profissionais do centro ofereceram vários tipos de serviço e a colocaram em contato com o promotor de justiça. “O apoio deles foi fundamental. Eu estava psicologicamente e fisicamente abalada. Escutamos outras histórias, estabelecemos relacionamentos e nos sentimos fortalecidas”, revela a auxiliar administrativa.

Acolhimento

O atendimento da equipe também recebeu elogios da advogada e professora Karla Cristina, que chegou ao Cravi em 2013, quatro anos após o marido ser vítima de homicídio. “Meu filho está com nove anos e melhorou muito. Quando somos vítimas, conseguimos entender melhor a dor do outro. Entrei em contato e comecei o tratamento e 15 dias. Logo de cara, tive boa impressão sobre o local. Os serviços me ajudaram a me levantar”, revela a professora.

“O lado humano de participar do Cravi é muito bom. Lá é um lugar em que você pode chorar”, explica Karla Cristina. O centro disponibiliza espaço sigiloso e acolhedor para apoiar, escutar e cuidar do sofrimento causado pela violência.

Por meio do atendimento presencial e de outras ações, o programa busca facilitar o acesso a informações, orientação jurídica e serviços públicos. A assistência às vítimas auxilia no desenvolvimento de recursos psíquicos que proporcionem atitudes positivas frente às consequências da violência e promove a reconstrução de laços sociais, a confiança na Justiça e o exercício da cidadania.

O Cravi identifica os problemas enfrentados pela vítima e a direciona para o tratamento no próprio centro ou nas instituições parceiras do programa. Além disso, o órgão realiza mensalmente oficinas abertas para o público sobre temas ligados à área de atuação.