CPTM: O trabalho que ninguém vê, mas que possibilita o transporte de milhões de pessoas

Em 2005, 390 milhões de usuários foram transportados pela empresa CPTM

qui, 26/01/2006 - 14h32 | Do Portal do Governo

Se fossem empilhados, os cerca de 1 milhão de dormentes instalados nas vias principais da CPTM  equivaleriam a um edifício de 120 andares, com lajes de 400 m². As 1.600 viagens realizadas diariamente pelos trens (40.046 quilômetros) superam uma volta ao mundo. E com seus 1.290 quilômetros de trilhos daria para cruzar Portugal, duas vezes, de ponta a ponta.

São meganúmeros que mostram a importância de novos investimentos em infra-estrutura, além da manutenção diária e ininterrupta da ferrovia: um trabalho pesado na via permanente, rede aérea e sinalização que o usuário não vê, mas que é determinante para o seu conforto. Em geral, os serviços são realizados de madrugada (das 0h às 4h) com o objetivo de alterar o menos possível a circulação.

Dormentes, trilhos e fios

Só em 2005, a CPTM substituiu 90,4 mil dormentes, 101,5 quilômetros trilhos, 20,5 mil m³ de brita (de um total de 1,3 milhão m³ instalado); trocou ou realizou intervenções em cerca de 42 mil metros de fiação de energia, sinalização e telecomunicações, incluindo melhorias, reposição e substituição por conta de vandalismo. Para se ter uma idéia, somente na Linha F (Brás-Calmon Viana) foram trocados 14,4 quilômetros de trilhos; 6,8 mil dormentes; além de 7,7 mil m³ de pedra britada.

A companhia também repôs componentes da rede aérea: suspensórios, isoladores, cabos mensageiros e fios de contato (trolley); manutenção de subestações e cabines seccionadoras de energia e de equipamentos de sinalização.

Vale lembrar que a CPTM, criada há 13 anos, recebeu como herança uma malha ferroviária centenária, com diversos problemas de padronização. Desde 1995, o Governo do Estado já investiu US$ 1,6 bilhão para recuperar instalações e frota de trens.

Atualmente, obras civis renovam as estações Osasco, Presidente Altino (ambas na zona oeste) e Jurubatuba, na zona sul. Também nessa região da capital, a extensão da Linha C (Osasco-Jurubatuba) até a futura Estação Grajaú, iniciada em novembro, poderá atender mais 45 mil usuários, dos atuais 90 mil passageiros diários. A recapacitação da Linha F é outro projeto de grande importância para a empresa, envolvendo a construção de três novas estações e a modernização de outras sete. Em paralelo, a CPTM investirá na renovação da via permanente, bem como substituirá todos os sistemas ao longo do trecho, o que proporcionará elevação no padrão do serviço ofertado.

Além disso, projetos básicos e executivos prevêem a modernização e adequação funcional de 51 estações (Linhas A, B, D, E e F) e a implantação das novas unidades Bom Retiro e Vila Aurora (Linha A) e Penha (Linha F). No mesmo ritmo, o Programa Boa Viagem, iniciado em setembro, irá recuperar e modernizar um terço da frota da CPTM – 122 trens. O investimento é de R$ 388 milhões e vai até 2010.

Nas Vias

No ano passado, a área de manutenção da CPTM substituiu, ao todo, por volta de 101,5 quilômetros de  trilhos. A empresa dispõe hoje de 1.290 quilômetros de trilhos, que ao apresentarem 25% de desgaste na superfície de rolamento são imediatamente trocados. Os profissionais da companhia também substituíram 82 jacarés (equipamento dos 637 aparelhos de mudança de via – AMV’s instalados); executaram aproximadamente 4,2 mil soldas de união dos trilhos e correção do alinhamento e nivelamento em 200 quilômetros de vias.

Energia

Para manter em ordem os 740 quilômetros de fiação de rede aérea, 173 funcionários do Departamento de Manutenção de Sistemas Elétricos e Eletrônicos trabalham em regime de escala, 24 horas. Esse pessoal é responsável pela realização de serviços que incluem correção, alinhamento, tensionamento e troca de componentes como fio de contato, suspensórios, isoladores, garras e ferragens.

Também é essa turma que desenvolve o Programa de Regularização e Substituição dos Fios de Contato da rede da CPTM, iniciado em maio de 2004. Em andamento, prevê a instalação de cerca de 136,4 toneladas de fio de contato (seção 107 mm²) nas Linhas B, C, E e F até janeiro de 2007. Nas linhas A e D, a reposição de 40 toneladas de fio (180 mm²) vai até maio de 2006. O desgaste (mecânico e elétrico) do material ocorre pelo atrito entre os fios e os pantógrafos dos trens. Só para se ter uma idéia da preocupação com esses itens, nos últimos quatro anos foram substituídos 209.955 metros de fio trolley, renovação de 15% do total de 1,4 milhão de metros instalados nas seis linhas.

Sinalização

De vital importância à segurança operacional, as intervenções tanto em campo como nos Centros de Controle Operacionais (CCO’s) fazem parte da manutenção do sistema de sinalização. O trabalho promove a substituição de relés e outros componentes como máquinas de AMV’s e bobinas de impedância (que sinalizam quando um trecho foi ocupado por um trem).

Em 2005, a CPTM realizou melhorias em aproximadamente 25.121 metros de fios e repôs outros 16.742 metros de fios furtados – de sinalização e telecomunicações. Por exemplo, nas Linhas A e D, as equipes especializadas do setor de Sinalização e Telecomunicações substituíram por volta de cinco quilômetros de fios, além de efetuarem o lançamento de 2.800 metros de cabos e a abertura de 400 metros de valetas para interligação com dutos de fibra ótica.

Assessoria de Imprensa da CPTM

J.C.