Inaugurado nesta segunda-feira (19/12), o painel fotográfico Panorama de São Paulo, com imagens do italiano Vicenzo Pastore captadas entre 1911 e 1912, já atraiu a atenção de centenas de usuários da Estação da Luz da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Presentes ao evento, os netos do fotógrafo, Maria Lúcia Pastore Varani e José Roberto Varani, explicavam os marcos da arquitetura da capital no início do século passado aos interessados de todas as idades.
Durante a cerimônia, o presidente da CPTM, Mário Bandeira, e o superintendente-executivo do Instituto Moreira Salles (IMS), Antonio Fernando De Franceschi, assinaram o contrato de doação para o acervo de
obras da estação. O objetivo da exposição permanente é mostrar à população como era a cidade e como as pessoas podem colaborar com a sua preservação.
“É a primeira vez que doamos uma obra para um local público deste porte, com circulação superior a 200 mil pessoas por dia. É gratificante tornar a história da cidade mais conhecida. Somente pelo conhecimento do passado, as pessoas podem valorizar o presente e o futuro e cuidar bem da metrópole
onde vivem”, diz De Franceschi, do IMS.
Mário Bandeira, da CPTM, reforça a tese: “Que novas parcerias dessas possam ser feitas. Elas valorizam a estação e por estarem num logradouro de grande movimento levam cultura, arte e história aos nossos usuários, que sentem-se prestigiados”.
Instalado no Saguão 2, no corredor subterrâneo de interligação entre a ferrovia e o Metrô, o painel é formado por 9 módulos seqüenciais, dispostos em área de 9 m de comprimento por 2 m de altura. E destaca pontos como: Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Igreja e Convento de São Francisco, o início da construção do Viaduto Santa Ifigência, no Vale do Anhangabaú, e espaços verdes como Pico do Jaraguá e Serra da Cantareira.
O fotógrafo Vincenzo Pastore (1865-1918) conhecia bem a Estação da Luz. Junto com o filho caçula, Dante Pastore, acompanhou várias vezes o amigo e tenor italiano Enrico Caruso, que partia de trem rumo ao Porto de Santos ou à cidade do Rio de Janeiro. Em 1894, Pastore abriu um estúdio em São Paulo, conquistando fama graças a seus retratos. Mas sua atenção estava voltada ao cotidiano, às cenas de rua e figuras humanas como jornaleiros, engraxates e vendedores.
Parceria de peso
Na seqüência, às 12h30, foi assinado o termo de cooperação técnica firmado entre a CPTM e a Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado, iniciativa que levará diversas formas de arte (pintura, escultura, áudio visuais e artes gráficas) às instalações da Luz, por onde circulam 220 mil pessoas diariamente.
Na presença do secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, do secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade, e do diretor-técnico da Pinacoteca do Estado, Marcelo Mattos Araújo, o presidente da CPTM, Mário Bandeira, e o presidente da Associação dos Amigos da Pinacoteca, Carlos Wendel de Magalhães, celaram o acordo. Oficializada nas dependências da Pinacoteca, a
cooperação estabelece as seguintes atribuições: a CPTM cederá os espaços, a Associação dos Amigos da Pinacoteca cuidará da curadoria e a Pinacoteca fará a supervisão técnica.
O projeto inicial visa manter seis pontos para essa finalidade. No corredor de acesso ao Metrô, por exemplo, uma estrutura suspensa indoor, de 20m x 4m, lembrando a linguagem dos outdoors das ruas, irá abrigar mostras temporárias e abrir espaços para jovens artistas. No jardim interno do mezanino está prevista a exibição de esculturas do acervo da Pinacoteca. Já na Plataforma 2 serão instaladas duas ‘vitrines’ para a
apresentação de obras que estejam em “cartaz” na Pinacoteca. A proposta é divulgar ao grande público as obras da instituição.
Assessoria de imprensa da CPTM
C.A.
