CPTM: estratégias adotadas em 2005 reduzem prejuízos com vandalismo

Uma das medidas foi a parceria entre a CPTM e a 3ª Delegacia Especializada em Furtos de Fios do DEIC

ter, 17/01/2006 - 12h29 | Do Portal do Governo

 

Em 2005, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) registrou queda de 25% nos prejuízos com furtos e vandalismo de fios e cabos, comparativamente ao ano anterior. Os resultados se devem, principalmente, ao trabalho integrado das áreas de manutenção, segurança e operação da empresa, no sentido de dificultar, ao máximo, a ação de criminosos e vândalos contra o sistema.

De um ano para outro, houve redução de 22.537 metros de fiação furtados ou vandalizados e, em 2005, a empresa contabilizou, em suas estatísticas, 16.742 metros de material subtraído ou avariado. Traduzindo para valores, os prejuízos caíram de R$ 788.795,00 para R$ 585.970,00 – R$ 202.825 a menos com a reposição desse tipo de itens.

Nas seis linhas da empresa, de janeiro a dezembro de 2005 foram danificados ou furtados 7.354 metros de fios de sinalização, 1.435 metros de telecomunicações e 7.953 metros de energia, enquanto no mesmo período do ano anterior esses itens de fiação, respectivamente, atingiram 10.328 metros (sinalização), 4.180 metros (telecomunicação) e 8.029 metros (energia).

O número de ocorrências também diminuiu significativamente, passando de 268 para 146 em 2005 – queda de 45,52%. As linhas E (Luz-Estudantes) e F (Brás-Calmon Viana) continuam liderando o ranking dos ataques, alvos de 11.507 metros de fios e cabos danificados, com prejuízos de R$ 402,7 mil. Em segunda colocação, ficaram as linhas A (Luz-Francisco Morato) e D (Luz-Rio Grande da Serra), de onde os infratores levaram 4.232 metros, provocando gastos da ordem de R$ 148,1 mil para reposição. Com a menor incidência, as Linhas B (Júlio Prestes-Itapevi) e C (Osasco-Jurubatuba) somaram 1.003 metros de fios e cabos subtraídos, com custos de R$ 35,1 mil.

Equipe entrosada

No último mês de fevereiro, com o objetivo de coibir a incidência das ocorrências com os fios e cabos, a CPTM, por intermédio do COPESE (Conselho Permanente de Segurança Operacional), criou um grupo de trabalho abrangendo as gerências de Manutenção e Instalações Fixas, de Segurança e de Circulação e Controle Operacional.

Logo nas primeiras reuniões, foram delineadas estratégias de atuação, tendo como principais premissas aproximar as três áreas – por estarem diretamente envolvidas com esse tipo de delito – focando-as no combate às ocorrências, com a identificação e acompanhamento rápidos dos casos.

Em um momento posterior, os profissionais integrantes desse grupo passaram a promover encontros com equipes dos três pares de linhas da companhia (A/D, E/F e B/C), para montar estabelecer ações de acordo com as características de cada região. Em pouco tempo, já eram conhecidos os pontos de maior incidência de furtos e vandalismo no sistema.

Várias medidas foram adotadas no sentido de aumentar a rapidez da atuação e, conseqüentemente, melhorar a chance de flagrar os criminosos com a “mão na massa”. Entre elas, destacam-se mudanças no esquema de instalação dos equipamentos para dificultar ao máximo os furtos ou ampliar o tempo de consumação do delito pelos bandidos, como: instalação de alarmes, construção de muros, atuação mais eficaz dos funcionários de campo (em especial os maquinistas) que têm avisado as equipes de Segurança e Manutenção imediatamente ao perceberem alguma movimentação suspeita, além da investigação e inspeção de receptadores.

Outro passo foi uma parceria firmada entre a CPTM e a 3ª Delegacia Especializada em Furtos de Fios do DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), com o intuito de identificar receptadores dos itens furtados. A Gerência de Segurança mapeou todos os ferros-velhos existentes nas proximidades das linhas, encaminhando essas informações para os especialistas do DEIC, que passaram a averiguar a existência de materiais retirados desses locais. Essa lista é constantemente atualizada.

Para conscientizar os usuários dos trens – que sofrem diretamente com os atrasos e paralisações decorrentes dos atos de vandalismo e furtos de cabos – a empresa tem divulgado todos os casos, por meio do seu sistema de som das estações e dos trens. O intuito é tornar o passageiro um aliado no combate a essas infrações.

A tendência de redução nas ocorrências com fiação dos sistemas de sinalização, energia e telecomunicações da CPTM é observada desde 2003, quando foram levados 25.783 metros de fios, causando um rombo de R$ 902.405,00 aos cofres públicos. Comparados a 2005, os números apresentam diminuição de 35% nos prejuízos. A expectativa é que, em 2006, os casos se tornem cada vez menos freqüentes, pois, além da ação coordenada do grupo de trabalho, serão introduzidos componentes de segurança em qualquer novo projeto de instalação de equipamentos na empresa.