CPTM completa 15 anos com planos de aumento e melhoria nos seus serviços

Uma vasta programação cultural, a ser desenvolvida no Espaço Cultura Brás, marca as comemorações

dom, 27/05/2007 - 9h02 | Do Portal do Governo

Datas especiais exigem comemorações em grande estilo.  É com esse espírito que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) festeja nesta segunda feira seus 15 anos de criação. Para isso, preparou uma  programação que vai até o dia 31, com apresentações variadas no Espaço Cultural Brás, entre 18 e 19 horas.

O evento, com abertura do Coral da CPTM, reserva surpresas no correr da semana, não só para os empregados, mas também para os usuários. Entre as atrações estão os shows da Férrea Jazz Band, dos The Dorments e da Banda Zambow, com destaque no encerramento para a edição Fala Aí Comunidade (projeto social da Companhia que visa a aproximar comunidade e usuário). Desta vez a cidade de Suzano apresentará hip hop, escola de samba, rap, teatro, grafite e trabalhos de artes plásticas.

A companhia antecipou os festejos ao abrir, dias antes, a Mostra CPTM 15 Anos, também na Estação Cultural Brás. Trata-se de exposição de arte, que segue até 3 de junho, reunindo diversos artistas por meio de concurso aberto para desenhistas, artistas plásticos e empregados da empresa. São desenhos, gravuras, aquarelas, charges, cartuns  e histórias em quadrinho, todos selecionados pelo júri.

Maria Bonomi, gravurista de renome internacional, emprestou seu talento à mostra, como forma de prestigiar o encontro, com a xilografia Macabi. É a segunda vez que a artista faz parte de exposição na CPTM. Em 2004, produziu um painel de 73 metros de largura por 3 de altura, em concreto pigmentado, que está instalado na Estação da Luz.

A mostra atraiu artistas de todas as idades, vindos da capital, do interior e de outros Estados. É o caso da santista Maria Regina Alonso Martello, que mora em Curitiba há 12 anos. “Para mim, trem é trilho e daí veio a inspiração para o meu trabalho que acabou premiado”. Já Marlene Crespo, de 75 anos, revela que se inspirou na movimentação dos passageiros para criar o seu quadro com a técnica bico de pena, também premiado. O jovem Luiz Fernando da Silva, aos 17 anos, surpreendeu como uma das revelações da mostra. A dedicação à pintura começou aos 3 anos, talvez influenciado pelo avô que trabalhava assentando dormentes e o levava sempre a conhecer lugares, como Paranapiacaba e o Museu Ferroviário de Jundiaí. “Minha paixão por trens e o desejo de retratá-los nasceu assim”.

Empresa de futuro – Modernidade e dinamização são as palavras de ordem hoje na CPTM, cujo sistema de operação serve 22 municípios e se constitui na melhor alternativa para atenuar o problema de transporte na região metropolitana. Circular pela companhia é descobrir um mundo à parte. São 83 estações, quase 6 mil funcionários e 1,5 milhão de passageiros. Tudo muito diferente de 1992, quando os sistemas de trens da Região Metropolitana de São Paulo, operados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pela Ferrovia Paulista S/A (Fepasa) deram origem à CPTM. De lá para cá, a rede ganhou 11 novas estações, modernizou outras cinco, adquiriu 88 trens de última geração. Conseguiu como reduzir os intervalos entre as composições, nos horários de pico, de 20 minutos em algumas linhas, no início dos anos 90, para 6 na Linha C e no Expresso Leste. Graças à atuação das equipes de segurança, as ocorrências policiais caíram. Foi sepultada, enfim, a herança caótica recebida das antigas companhias. “Isso aqui está uma beleza”, diz o funcionário Waldir Torres Filho, 52 anos, trinta de empresa. Veio da Fepasa e desde 1994 é analista de planejamento e desenvolvimento operacional. Seu início na companhia foi tímido. Começou na bilheteria, passou para o setor de reclamação e estadia, trabalhou na composição dos trens que levavam carga para o interior. Graças aos concursos internos e ao plano de carreira da empresa, foi subindo de posto, até chegar ao setor de engenharia de estações, onde dá instruções de serviços manuais e cuida de 38 procedimentos operacionais. Esses procedimentos vão desde o controle de acesso gratuito nas estações até a tabela de controle de depósito de numerário (na realidade, é a sangria que os caixas fazem para não haver dinheiro em excesso nas bilheterias – uma forma a evitar assaltos). “Hoje parece simples, mas antigamente era um dos nossos grandes problemas”.

De fundamental importância para o andamento dos trabalhos é o procedimento padronizado. “O que um empregado faz em Itapevi, por exemplo, que é uma ponta da linha, os empregados da Estudantes (linha F) fazem igual”.

Waldir menciona as emoções vividas dentro do trabalho.  Lembra, por exemplo, de um dia em que o trem atrasou quatro horas e os usuários ficaram revoltados. “Consegui conter o tumulto só na base do diálogo. Chamei o líder deles, um rapaz ainda jovem, conversei, expliquei que a companhia era patrimônio de todos, aquela coisa toda. Ele entendeu e acabou ajudando a conter os ânimos do pessoal. Ficamos amigos e hoje, vinte anos depois, ele – já um senhor – ainda viaja de trem e, de vez em quando, lembra o episódio”.

Melhoria da qualidade – Para os próximos anos, a companhia prevê investimentos de, aproximadamente, R$ 6,4 bilhões, destinados à extensão das linhas, construção e reforma das estações, dinamização de infra-estrutura, bem como aumento e recuperação da frota. Parte desse montante será utilizado, ainda este ano, nas obras de modernização da Linha F (Brás-Calmon Viana), na extensão da Linha C (Osasco-Jurubatuba) e na aquisição de novos trens (12 novos trens estão sendo fabricados para a linha C na estação Alston, da Lapa).

Para a auxiliar de cabeleireira Tânia Pascoal Gomes, de 47 anos, faz toda a diferença viajar nos trens da CPTM. Em nada lembra os de 30 anos atrás, quando passou a fazer viagens diárias de Mauá para São Paulo e vice-versa.

“Era quase uma tortura enfrentar vandalismo, surfistas, arrastão, trens lotados e, ainda por cima, atrasados”. Segundo ela, a qualidade melhorou, as cadeiras são confortáveis, para uso de gestantes, deficientes, idosos e pessoas com crianças no colo. Tem até lugar para quem usa bicicleta. Viajo sossegada, porque em cada estação tem segurança. E há outro detalhe importante: o trem passa de cinco em cinco minutos, não gasto mais de 40 minutos da Mooca até Mauá”.

Maria das Graças Leocadio

Da Agência Imprensa Oficial

(R.A.)