CPI dos Medicamentos quer Furp como referência

(Com fotos) - Covas acompanha visita dos integrantes da CPI à Fundação Para o Remédio Popular

seg, 07/02/2000 - 17h34 | Do Portal do Governo

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito de Medicamentos, Nelson Marquezan (PSDB-RS), que visitou a Fundação Para o Remédio Popular (Furp), nesta segunda-feira, dia 7, em Guarulhos, disse que a Furp será a principal referência para a Comissão que investiga o alto custo dos remédios. ‘Estamos aqui realçando um laboratório que faz um bom trabalho e sentimos que o governador está na mesma canoa que nós, interessado para que possamos avançar na produção de medicamentos de boa qualidade que possam atingir toda a população brasileira’, disse. O governador Mário Covas acompanhou a visita dos 13 parlamentares da CPI à sede da Fundação.
Os laboratórios privados são acusados de cobrar mais de mil por cento acima dos preços dos mesmos medicamentos fabricados pelos laboratórios públicos. Há casos em que a diferença chega a três mil por cento. Segundo assessores da Furp, o remédio Captopril de 25 ml, com 500 comprimidos, produzido pela Fundação sai por R$ 13,44, e num laboratório particular o mesmo remédio vendido com apenas 16 comprimidos sai por R$ 14,70. Para o governador, a visita da CPI à Furp é importante porque a Fundação poderá servir de referência a outros laboratórios. ‘Vai ajudar a empresa a se aperfeiçoar. E os deputados vão tomar conhecimento do trabalho realizado pela Furp’, disse Covas.
Marquezan agradeceu a presença do governador, que prestigiou a sua Comissão, e disse que a Furp é sinônimo de referência na produção de remédios no País e explicou que a CPI foi criada porque os laboratórios privados estão lucrando muito. ‘Queremos que os laboratórios públicos dêem subsídios para enfrentarmos com documentação as políticas dos laboratórios privados no Brasil’, afirmou. Disse ainda que com essa investigação não quer difamar e nem fechar os laboratórios privados.
Com a CPI, Marquezan acredita que os preços dos remédios poderão cair. ‘Queremos construir uma nova relação na política de medicamentos no País. Esta que aí está não leva em consideração o consumidor, só o laboratório e as grandes empresas’.
A CPI está investigando todo o universo que compõe a cadeia de produção e comercialização dos remédios, como o cartel que se opõe aos remédios genéricos, que tendem a diminuir os preços entre 30% e 60%. Além das denúncias de patrocínio de viagens e congressos de médicos no exterior, por laboratórios, quando os médicos indicam ao paciente o uso de determinado remédio. ‘Precisamos tornar mais transparente a relação médico-laboratórios e farmácia’, disse o parlamentar.
A CPI tem data marcada para encerrar, março, mas poderá ser prorrogada por mais dois meses, de acordo com Marquezan. Ainda no dia de hoje a comissão visita o Hospital das Clínicas e no próximo final de semana estará conhecendo os laboratórios públicos do Rio de Janeiro.
Compareceram à reunião o relator da CPI, Ney Lopes (PFL-RN); os secretários estaduais da Comunicação, Osvaldo Martins; da Saúde, José da Silva Guedes; e os membros da CPI, os deputados federais: Arlindo Chinaglia (PT-SP); Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP); Darcísio Perondi (PMDB-RS); Fernando Zuppo (PDT-SP); Neuton Lima (PFL-SP); Robson Tuma (PFL-SP); Sérgio Novais (CE); Vicente Caropreso (PSDB-SC); Luiz Antonio de Medeiros (PFL-SP), Luís Bittencourt (PMDB-GO).

Histórico da Furp

Instituída há 25 anos pelo Governo do Estado e vinculada à Secretaria da Saúde do Estado, a Furp é o maior laboratório estadual do País. Nos últimos cinco anos, depois de recuperada, na gestão Mário Covas, a Fundação passou a produzir medicamentos que atendem os 645 municípios do Estado, além de fornecer remédios para mais de cinco mil clientes em todo País.
Por meio do programa Dose Certa, criado em 1995, pelo atual governo, a Fundação distribui gratuitamente 40 tipos de medicamentos a todos os municípios do Estado de São Paulo. Em 1999, a Furp fechou o ano com faturamento de R$ 114.335.364,29 e produziu 1.396.315.926 unidades de frascos, comprimidos, cápsulas, bisnagas e frascos-ampolas. Hoje, a Fundação tem uma capacidade de produção de mais de um bilhão de unidades/ano e está modernizando o seu parque fabril para atingir a meta de 2,4 a 3 bilhões de unidades/ano até o final de 2001.


0702covaseparlamentares-cpi_dosmedicamentos_visitam_a_furp250.zip


0702covaseparlamentaresdacpivisitamafurp250a.zip