Covas entrega restauração de prédios em Santos e libera R$ 3 milhões para a região do Valongo

(Com fotos)

qua, 26/01/2000 - 17h50 | Do Portal do Governo

Duas importantes reformas de prédios históricos em Santos foram entregues pelo governador Mário Covas nesta quarta-feira, dia 26. Às 10 horas, Covas participou da Missa de Ação de Graças pela conclusão das obras de restauro interno do Santuário Santo Antônio do Valongo, realizadas em parceria entre o Governo Estadual e as empresas Telefonica e Banco Safra. O trabalho exigiu investimentos de R$ 521 mil. Na seqüência, o governador entregou a nova Sala de Espetáculos Plínio Marcos, integrada à Oficina Cultural Regional Pagu. Para reformar o prédio, que no passado abrigou a antiga Cadeia Pública de Santos, o Governo investiu R$ 236 mil. Após visitar a região do Valongo, no centro histórico da cidade e ao lado do porto, Covas liberou R$ 3 milhões para o projeto de recuperação do bairro.
“É um privilégio contribuir nestas restaurações. Me sinto maravilhado em entrar neste santuário, que é um lugar importante para Santos e para o País”, observou Covas, referindo-se à igreja, construída em 1640 pela Ordem dos Franciscanos. O governador foi recepcionado pelos “Cavaleiros do Milênio”, um grupo de jovens com trajes da época medieval, que integram o Coral e a Banda Sinfônica Internacional Nossa Senhora de Fátima, da Capital.
Acompanhado do prefeito de Santos, Beto Mansur, e da presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado, Lila Covas, o governador assistiu à missa, celebrada em português e em latim pelo frei Caetano Ferrari. A cerimônia também contou com a presença de Emanuel Von Massarani, responsável pela recuperação de bens culturais do Estado, além de cerca de 360 pessoas, que prestigiavam o aniversário de 454 anos de Santos.
Para o frei Rozântimo Antunes Costa, reitor do Santuário do Valongo, além do aniversário da cidade, a celebração comemora os 360 anos dos franciscanos em Santos e a nova etapa de recuperação final da igreja, um dos últimos prédios remanescentes da arquitetura religiosa paulista do séc. XVII. O prédio estava corroído pelo tempo, poluição e trepidação.
Assim como o restauro externo do santuário, o projeto de recuperação do bairro do Valongo, contempla a restauração da Estação Ferroviária de Santos (a primeira do País) e o prédio onde funciona a Câmara Municipal de Santos, tombado pelo Condephaat.

Sala Plínio Marcos

“É pouco nomear uma casa de cultura e uma sala de espetáculos perto do que estas pessoas foram para a cultura nacional”, comentou Covas referindo-se a jornalista e dramaturga Pagu e ao dramaturgo Plínio Marcos, morto em novembro último. “Ambos, em sua época, eram irreverentes, contestadores e íntegros, porque sempre foram fiéis a seus conceitos”.
Aplaudido pelos presentes, entre eles os atores Ester Góes, Cláudio Mamberti, o secretário da Cultura, Marcos Mendonça e a viúva de Plínio Marcos, Vera Artaxo – Covas relatou que teve a oportunidade de conhecer os dois artistas santistas. “Lembro do Plínio lendo Tarô no Parque do Ibirapuera e vendendo livros, na maior naturalidade, em frente ao teatro Cultura Artística”. O governador confessou que quando assistiu a peça Navalha na Carne sentiu um grande impacto, que o fez perceber o sentido da arte. “A última vez que viu Plínio foi, no Incor, no ano passado, quando estávamos internados”.
Localizada na Praça dos Andradas, a Oficina Cultural Regional Pagu, está instalada num prédio construído na época do II reinado, século XIX. No passado o local já foi Fórum, Casa de Câmara e Cadeia Pública de Santos, onde na época Vargas segregou muitos presos políticos. Na década de 1980 e início dos anos 90, o prédio foi ocupado por artistas que montaram seus ateliês. Em 1994 tornou-se oficina cultural.
Para abrigar o centro cultural com a nova sala de espetáculos, o prédio histórico foi totalmente reformado. As obras iniciaram em outubro passado e foram concluídas dia 20 de janeiro. A sede da Oficina Cultural Pagu também abriga a Delegacia Regional de Cultura da Baixada Santista.
A casa oferece atividades gratuitas de formação cultural nas mais diversas áreas, como teatro, música, dança, artes plásticas, vídeo, circo, fotografia, entre outros. Somente no ano passado, a oficina promoveu atividades com mais de 1.200 vagas. Este ano, apenas em sua programação de férias (janeiro/fevereiro), que já se realiza no prédio reformado, a casa está oferecendo 500 vagas para os participantes.


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