Covas entrega nova UTI do Emílio Ribas e libera mais R$ 3 milhões para o hospital

(Com fotos) - Verba será destinada para começar a construção de um novo prédio dos ambulatórios

sex, 11/02/2000 - 14h47 | Do Portal do Governo


O governador Mário Covas entregou nesta sexta-feira, dia 11, a nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O hospital é o maior centro de atendimento e tratamento de moléstias infecto-contagiosas da América Latina e uma importante referência de ensino e pesquisa científica. Covas também autorizou a liberação de R$ 3 milhões para iniciar a construção de um novo Prédio dos Ambulatórios no hospital. O repasse da verba foi anunciado durante entrega da nova fachada e cobertura da Casa Rosada, local onde funcionou a primeira unidade de isolamento de São Paulo, em 1880.
“É a segunda vez que venho neste hospital desde que sou governador. A primeira, uma semana após assumir em 1995, foi numa visita motivada por denúncias de jornais”, observou Covas, acrescentando “num período razoável a fisionomia e condições desse hospital mudaram sensivelmente”.
O governador vistoriou as novas instalações e equipamentos adquiridos e relatou o depoimento de um dos responsáveis pelo laboratório do hospital. “Fiquei surpreso com o comentário dessa pessoa, que afirmou que os novos equipamentos daqui só existem no Albert Einstein, onde ele trabalhou por 10 anos”. Para Covas, o hospital Emílio Ribas tem avançado e conquistado espaços importantes, como uma biblioteca de alta qualidade e a nova UTI, uma das mais modernas do País. “Além disso, o instituto retoma sua memória histórica com a restauração da Casa Rosada”, completou.
A nova UTI do Emílio Ribas foi totalmente reformada, reequipada e ampliada, dobrando de oito para 17 o número de leitos. A obra, realizada em cerca de dois anos, exigiu investimentos de quase R$ 2 milhões do Governo do Estado por meio da Secretaria da Saúde. Mais de R$ 1,1 milhão foram destinados para a reforma das novas instalações, que têm pressão negativa do ar para proporcionar melhor adequação no atendimento de doenças emergentes e reemergentes, como febre amarela, cólera e tuberculose. As instalações também foram adaptadas para agilizar o atendimento prestado. Outros R$ 800 mil foram destinados para a aquisição de modernos equipamentos, entre eles respiradouros e monitores.

Prédio dos Ambulatórios

Diretores e profissionais presentes aplaudiram com entusiasmo o anúncio de Covas ao repasse de R$ 3 milhões para começar a construção do novo prédio dos ambulatórios. A obra é uma antiga reivindicação da diretoria do Emílio Ribas. Segundo o secretário da Saúde, José da Silva Guedes, o atual prédio foi construído rapidamente, há cerca de oito anos, para atuar de forma provisória. No entanto, é inadequado e tornou-se insuficiente para atender os mais de 3 mil pacientes que passam por ali todos os meses.
“Agora teremos a chance de corrigir essa situação e de forma definitiva”, avaliou Guedes. O novo prédio dos ambulatórios prevê garagem subterrânea e cerca de sete pavimentos. O projeto definitivo ainda não foi apresentado pela Secretária da Saúde, mas contempla a construção de 4.200 metros quadrados de área útil.
Considerado pelo Governo do Estado como “prioridade zero” entre as instituições de saúde, por ser uma espécie de termômetro para as grandes epidemias, o hospital Emílio Ribas completou em janeiro 120 anos de atividade. Ao longo de sua história tem atuado no atendimento das principais epidemias do País, como varíola, difteria, febre amarela, tifo, escarlatina, leptospirose, meningite, hepatite e, recentemente, a Aids, que desde 1984 já somou mais de 30 mil pacientes às estatísticas do hospital.
Como hospital escola, o instituto recebe alunos de seis faculdades de medicina e de 19 escolas de enfermagem. Também desenvolve atualmente mais de dez pesquisas internacionais e está em negociação para firmar intercâmbio científico com as universidades de Berkeley e Case Western.

Casa Rosada

Covas também entregou nesta sexta-feira a conclusão da cobertura e da fachada externa da Casa Rosada, onde funcionou a primeira unidade de isolamento do hospital há 120 anos. O local, que estava quase destruído pelo tempo e por cupins, também vem sendo restaurado internamente para abrigar o futuro Memorial Emílio Ribas. Nele, parte da história do País ficará à disposição de estudantes e visitantes. A obra total está orçada em R$ 400 mil e vem sendo executada por meio de parcerias com a iniciativa privada. O diretor técnico do hospital, Guido Carlos Levi, informou que cinco laboratórios particulares apoiaram a restauração da cobertura da Casa Rosada.
Umas das prioridades da atual direção do Centro de Estudos do Emílio Ribas é preservar o acervo histórico do hospital. Recentemente foram encontrados livros centenários, prescrições e condutas médicas, todas escritas a mão por funcionários do antigo hospital de isolamento. Outra relíquia encontrada foi o registro da primeira visita dos médicos Emílio Marcondes Ribas e Cândido Espinheira à instituição, na época chamada Hospital de Isolamento de São Paulo. Todo esse material será preservado com a criação do Memorial, cujo projeto está sendo supervisionado pela Secretaria de Estado de Recuperação de Bens Culturais.
Covas também estava acompanhado do vice-governador Geraldo Alckmin, do secretário da Comunicação, Osvaldo Martins, e do diretor da Casa da Aids, David Uip. O governador foi recebido pelo diretor clínico do hospital Emílio Ribas, Vasco Carvalho Pedroso Lima, pelo professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Vicente Amato Neto, pela presidente do Centro de Estudos do instituto, Marilena Della Negra, e pelo coordenador dos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, José da Rocha Carvalheiro.