Em entrevista à imprensa, governador comenta a proteção do Exército à fazenda de FHC e recentes declarações de Lula
O trecho da Rodovia Fernão Dias que corta a serra entre os municípios de Mairiporã e Bragança Paulista deverá estar concluído até o final de setembro, segundo estimativa do governador Mário Covas. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no município de Socorro, após a entrega oficial da estrada vicinal dos Sonhos, que liga Socorro ao bairro Lavras de Baixo. Antes de chegar ao município, Covas sobrevoou a Fernão Dias para verificar o andamento das obras.
Durante a entrevista coletiva, Covas comentou a postura do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, que criticou o fato do Exército ter sido enviado à fazenda do presidente Fernando Henrique Cardoso. O governador mineiro disse que o envio do Exército fere a autonomia de Estado, mas para Covas a atitude foi correta devido à natureza política da ameaça de invasão. “Não vejo mal em se proteger a fazenda. Essa é uma ação de natureza política, feita para atingir o presidente e é preciso se prevenir contra isso. Aqui em São Paulo não tem esse problema porque a gente protege”, disse Covas. “É provável que em Minas o governador também proteja, mas como ele não anda muito amigo do presidente…”, acrescentou.
Covas também criticou a postura do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Luis Inácio Lula da Silva. O governador leu para a imprensa uma reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo, com palavras de Lula criticando a atitude dos professores de Minas Gerais: “Vocês tratam sem nenhuma diferenciação governo de oposição e governos ligados ao Palácio do Planalto. Tanto na greve do Rio Grande do Sul como na de Minas Gerais os professores, embora grande parte deles sejam amigos nossos, ou militantes, ou próximos, não fizeram nenhuma diferenciação entre os governos Itamar Franco, Olívio Dutra, Mário Covas e Esperidião Amin”, leu Covas.
Covas afirmou que o PT é quem comanda as greves em São Paulo, mas o mesmo partido acha que não se deve fazer greve em Minas Gerais ou Rio Grande do Sul. “São governos de oposição, portanto, os salários dos professores não têm nada com isso. Na opinião do Lula, a greve é só para chatear ou favorecer os governos”, disse o governador.
Valéria Cintra / Roberto Kamide / Rogério Vaquero
