Corpo de Bombeiros faz 128 anos hoje

Conheça a história do coronel Manuel Antonio da Silva Araújo, 21 de carreira

seg, 10/03/2008 - 9h16 | Do Portal do Governo

Nessa segunda-feira, 10, o Corpo de Bombeiros de São Paulo comemora 128 anos de uma história repleta de atos de solidariedade, coragem, ousadia e heroísmo. Esse espírito destemido, que contagia toda a corporação, pode ser comprovado nos depoimentos desses dedicados policiais.

O coronel Manuel Antonio da Silva Araújo, 21 anos de carreira e há um ano no comando do Corpo de Bombeiros, recorda emocionado quando em 1983 retirou a cavalo os corpos das vítimas de um acidente aéreo, na Serra da Cantareira. “Depois passamos um trecho a trator, até chegarmos onde estavam as viaturas, em uma fazenda. Foi muito marcante”.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Mauro Lopes, há 18 anos na corporação, afirma que a grande maioria que decide seguir essa profissão escolhe por vocação, pois do contrário não seguiria na carreira. Lopes, que desde criança alimentava o sonho de ser bombeiro, conta que a cobertura de grandes ocorrências, como a do acidente aéreo envolvendo um airbus da TAM – dia 17 de julho de 2007 – e da cratera das obras do metrô – dia 12 de janeiro de 2007 – exige uma ação conjunta de várias vocações. “Isso é muito importante e nesses dois episódios vimos um desempenho muito grande do policial, do bombeiro, engenheiro… a grande lição que fica disso tudo é que São Paulo realmente está preparado para enfrentar esses tipos acidentes e é, por isso, que os resultados são positivos. A gratificação que sinto se compara a de um gol de Copa do Mundo”.

Esses dois acidentes também marcaram, por outros motivos, a vida do coronel Manuel Antonio da Silva Araújo. Além de comandar a corporação, ele teve preocupações como cidadão comum. No dia que ocorreu o desabamento em uma estação do metrô, seu filho, que é engenheiro civil, estava trabalhando na estação República. “Minha esposa ficou naquela preocupação porque não conseguíamos falar com ele, embora eu soubesse que ele não estava trabalhando no local do acidente. E minha filha, por ironia do destino, é aeromoça e, na já na época do acidente aéreo ela já estava contratada e trabalhando também na aviação”, conta.

Algumas vezes durante resgates realizados em situações de alto risco, os próprios profissionais sentem na pela o perigo. “Recordo que em 1982, em Jacareí, na represa do Jaguari, fui atender uma ocorrência de risco. Nós estávamos mergulhando há uns 40 metros, pois um caminhão derrubou de uma ponte uma Brasília com a família dentro, porém a criança estava desaparecida já há alguns dias. Por motivos da necessidade de revezamentos e descanso entre equipes, mergulhei e fiquei preso no fundo. Um cabo me retirou de lá. Se nós não tivéssemos mergulhados em dupla, eu teria morrido. Por sorte, depois de doze dias, nós conseguimos achar a criança que estava presa no teto do carro e por isso seu corpo não boiou”.

Os profissionais têm acompanhado a evolução tecnológica e utilizado os novos equipamentos para resgatar vítimas de acidentes e tragédias. Na catástrofe aérea envolvendo um airbus, no dia 17 de julho de 2007, em São Paulo, essa evolução pode ser constatada de perto pela população. “Hoje o bombeiro está muito mais protegido para o atendimento das ocorrências, sem dúvida, um profissionalismo muito bem acentuado”, relata o major Flávio José Bianchini.

Aniverário de criação do Corpo de Bombeiros

A solenidade comemorativa aos 128 anos da criação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo será realizada nessa segunda-feira, dia 10 de março, às 10h, na Praça da Sé (defronte ao Tribunal de Justiça). O evento, que será prestigiado por cerca de 150 bombeiros, contará com desfile e exposição de viaturas históricas e atuais, além de equipamentos utilizados nas ocorrências. Haverá também a entrega da Medalha do Centenário do Corpo de Bombeiros às personalidades civis e militares, que tenham prestado relevantes serviços à instituição.

O major PM Flávio José Bianchini, será um dos bombeiros homenageados. “É gratificante receber essa honraria depois de 24 anos de serviço. Isso é sempre muito esperado e muito bem vindo. Estou muito contente e agradeço a lembrança dos meus superiores por essa honraria que eu receberei, até mesmo porque temos uma história dentro do Corpo de Bombeiros”, declara.

Da Secretaria de Segurança Pública