Convênio entre Estado e Prefeitura Acessa São Paulo Itaquera

O acordo de transferência das unidades foi assinado na tarde desta quarta-feira, 28

qua, 28/11/2007 - 17h38 | Do Portal do Governo

Quarenta e nove postos do Acessa São Paulo localizadas na Capital passarão para o controle da prefeitura. O acordo de transferência das unidades foi assinado na tarde desta quarta-feira, 28, pelo governador José Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab. Na ocasião, Serra fez o seguinte pronunciamento.

Vim hoje aqui com muita alegria. É um casamento da Prefeitura e do Governo do Estado nos serviços que entregam à população de aprendizado e utilização dos computadores. E o padre do casamento é o Padre Rosalvino. Ele já tinha feito isso antes, porque ele tinha aqui dentro o Infocentro do Estado, o Acessa São Paulo. E aqui já tinha o Telecentro. Então agora vai juntar os dois.

Esse é um trabalho cuja execução mais imediata nós devemos a duas pessoas: um são-paulino e um palmeirense. O Ricardo Montoro, que é filho do grande governador Montoro, um grande homem. O Ricardo é filho dele. E além do mais, parece com o pai, é o mais parecido. E o Ricardo era vereador, se elegeu em 2004, depois se elegeu deputado estadual e veio aqui trabalhar na Prefeitura. E o Sidney Beraldo, que é o nosso secretário da Administração, que é o que está passando o Acessa São Paulo.

Em política, ninguém quer largar o osso. Político disputa a posse de barbante usado. De maneira que quando vocês vêem um político que é capaz de entregar coisas assim para o outro, porque para a população vai ser melhor, ele só pode ser como é o Beraldo: um palmeirense.

Eu quero propor o seguinte: hoje eu vou torcer pelo Corinthians para ele não ir para a segunda divisão. Mas tem uma troca: domingo vocês torcem pelo Palmeiras para ir para a Libertadores. É uma troca. Você não aceita a troca? Como é o nome dela? Vê lá. Ela está escondendo o rosto agora. Você não aceita a troca? Mas é uma troca generosa. Você imagina, meu pai deve estar se remoendo lá no céu, porque hoje eu vou torcer pelo Corinthians.  Estou certo ou não?

Aqui estão três vereadores também que são batalhadores pelo município: o Carlos Alberto Bezerra Júnior, cujo pai é pastor evangélico. Padre Rosalvino, o pai dele é o melhor pregador que tem em São Paulo.

Eu estou à vontade porque sou católico, mas é um grande pregador do Carlos Alberto. O Adolfo Quintas… o Carlos Alberto deve ser são-paulino pela cara ou corintiano. Corintiano. O Gilson Barreto, que é daqui e é cara de corintiano, basta olhar para ele. O Adolfo Quintas que é um grande batalhador e está na cara também que é palmeirense o Adolfo. O prefeito é são-paulino. Então, vocês vêem o seguinte: aqui nós somos plurais, todos os times estão aqui presentes. Nós convivemos com todas as torcidas, com todas as religiões, em benefício do povo de São Paulo. Não tem disputa de secretários naquilo que interessa à nossa população.

E o prefeito Kassab está pegando, na verdade, um encargo. Nós estamos entregando 49 Acessa São Paulo (é o Infocentro) para a Prefeitura. A Prefeitura deve ter hoje 173, vai passar para 222. Vai ficar muito mais econômico, vai dar para fazer planejamento. Eles ainda, Ricardo, acho que vocês vão aumentar muito ainda, não? Vão chegar a 300 aqui em São Paulo, que é a introdução da garotada e dos adultos à tecnologia moderna.

Eu estava lembrando hoje, no rádio, fui dar uma entrevista no Eli Correia.  Quando era garoto, fui estudar datilografia na Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, lá na Mooca. As máquinas eram tão antigas que agora devem valer uma fortuna em um antiquário, porque eram mais de 1915, coisas assim. E era aquilo que a gente aprendia, e ainda não podia olhar para o teclado. Hoje eu cato milho, até sou rápido, mas no catar milho. Lá era tudo arrumadinho e tal. Hoje, a garotada aprende computação, vocês vejam a diferença. Se comunicar com o resto do mundo, ter acesso a uma literatura, notícias, jogos, aprendizado. E nós estamos difundindo isso em São Paulo.

O Beraldo me dizia no caminho que nós já temos convênio – não é, Beraldo? – com quantas Prefeituras no Interior? Trezentas e cinqüenta e três Prefeituras. Mais 50, nós vamos para 400, que nós estamos fazendo em todo o Interior de São Paulo. Em cidadezinha de dois mil, três mil habitantes, nós estamos criando um Acessa São Paulo para o pessoal lá. Vamos chegar a todos os municípios de São Paulo. Se eu não me engano, são 645 municípios no Estado de São Paulo inteiro, para os quais estamos levando esse programa.

Na Capital, nós não precisamos. Vamos manter nos lugares que são repartições públicas, no Metrô. Enfim, nesses lugares vai ficar porque é próprio do Estado, no Poupatempo, tal. Mas tudo aquilo que era fora, com entidades conveniadas, nós estamos passando para a Prefeitura, porque é a Prefeitura que pode administrar melhor: ela está mais perto das pessoas.

Por exemplo, o Ricardo só cuida da cidade de São Paulo, o Beraldo tem que cuidar do Estado inteiro. Então, é ineficiente cuidar de uma cidade que tem um terço, um quarto da população de São Paulo.  O ideal é que a Prefeitura faça isso diretamente. E é isso que nós estamos fazendo aqui no dia de hoje, em cooperação com a Prodesp – aqui está o presidente da Prodesp – que é a empresa de processamento de dados do Estado.

Dos subprefeitos, aqui está o Laerte, que me disseram que é são-paulino. Enfim, ninguém é perfeito. Mas o Laerte, que é de São João da Boa Vista, diga-se de passagem, da mesma maneira que o Beraldo que é de São João da Boa Vista. O Gilson é baiano, nasceu na Bahia. Quem mais aqui? O Adolfo é de onde? O Adolfo nasceu aqui mesmo, agora ele faz…

Mas vêm trazer experiência. Os dois foram prefeitos lá: o Sidney foi prefeito e o Laerte também. Nós fizemos isso, viu, padre? Nós, no começo, pusemos vários prefeitos para administrar Subprefeituras, e eles já entram sabendo. Já entram com treino para tocar as coisas, porque já têm experiência. Acho que o Brasil precisa disso: gente que quando ocupa um cargo público, já começa a trabalhar no dia seguinte. Aprender é na escola, no governo tem que ensinar, tem que fazer as coisas. Não dá para usar o governo como escola, que é o que muita gente tem feito, inclusive no plano nacional. Aí vão lá. Até  aprender, causam estragos e, quando já aprenderam, é hora de ir embora. Quer dizer, não tem sentido. Nós começamos com gente já treinada, trabalhando, e, graças a Deus, as coisas vêm dando certo.

Hoje eu estava dizendo, na rádio, como é difícil a gente contar tudo que está fazendo.  Outro dia, um amigo meu de outro Estado pegou um táxi. Ele sempre faz pesquisa com os motoristas. Perguntou: – E aí, como é que está indo o Serra? E ele disse: – Deve estar indo muito bem, porque eu não ouço falar dele.

Porque na imprensa a tendência é sair coisa negativa. Mas é difícil a gente contar tudo: Metrô: Anda até devagar, muito dinheiro, mas anda devagar. Rodoanel. A Jacu Pêssego, que vai ter uma importância imensa para cá. A revolução que estamos fazendo nas escolas que o Gilberto Kassab está fazendo agora no ensino municipal, para melhorar o aprendizado. Hoje, eu fui abrir uma prova também para o Estado, nós vamos avaliar as escolas. A cada ano, dar nota para a escola e fixar metas: – Olha, para o ano que vem vocês têm que melhorar tanto. Quem melhorar vai ganhar até três salários mais. Não é brincadeira. Aliás, não só as professoras, mas também faxineiras, merendeiras, secretárias, diretoras, todo mundo, porque é uma equipe. A escola é uma equipe, ela é uma peça única.

Enfim, a gente está mexendo. Tem as AMAs. Eu desci agora lá no Santa Marcelina, claro que as freiras estavam esperando, claro que elas estavam com reivindicações. As freirinhas estão sempre …, e fizemos lá um AME, que é um negócio só de consulta. Tem as AMAs da Prefeitura. Muitas. Enfim, nós estamos trabalhando em muitas áreas. É difícil de transmitir mesmo pela televisão, fazer anúncio custa muito caro, é limitado e a imprensa tem lá o seu espaço limitado, não dá para ficar falando de tudo o tempo inteiro. Mas a gente espera, pouco a pouco, que a população vá sentindo, vá comentando, porque a gente precisa também de apoio para continuar o trabalho que não é um trabalho fácil de se fazer.

E nós temos grandes aliados nisso, entre eles o nosso padre Rosalvino. Eu realmente eu fui agora para a consagração do Dom Odilo, porque a Diocese de São Paulo é a segunda, terceira maior do mundo. E ele foi consagrado cardeal. Tem cinco cardeais na ativa no Brasil, e tem quatro meio aposentados, como o Dom Paulo, Dom Aluísio Lorscheider, que são aposentados. São cardeais, mas já não têm o trabalho pastoral que antes tinham. E uma coisa muito importante, eu fui lá assistir e lá conheci este que o Padre Rosalvino mencionou, o Padre Jonas.

Eu contei lá que fui alfabetizado em uma escola dos Salesianos, Dom Bosco, lá da Mooca. Aprendi a ler e escrever lá, e também a ser disciplinado. Eu não aprendi muito, porque naquela época as crianças levadas, muito indisciplinadas apanhavam na orelha, ajoelhavam no milho. Eu ajoelhava no milho. Juro. No milho. Eram dois grãos de milho. Experimente ajoelhar em cima do milho para você ver como é gostoso. Isso porque fazia farra, embora eu fosse bom aluno. Eu era bom aluno, mas não era lá muito comportado. Aprendi lá entre os Salesianos. E ele me contou isso que o Padre Rosalvino disse: que o Padre Rosalvino ia ser excluído do seminário. E ele falou: Não, de jeito nenhum, esse padre tem uma vocação insubstituível para o trabalho pastoral prático, para as crianças.

O Padre Jonas acertou, porque cinco mil crianças, cinco mil jovens passam por aqui todos os dias. Vocês imaginem o benefício que esse trabalho faz, e esse trabalho não teria existido sem o Padre Rosalvino. Não bastava só ele, como aquelas teoremas de geometria que a gente estudava. Ele é uma condição necessária, não é suficiente porque precisa de ajuda, cooperação de muita gente, mas ele é a condição necessária.  É o homem que organizou tudo isso, sem ele isto não existiria. Sem a minha pessoa, sem o Kassab existiria, como já existia antes. Mas sem ele, não haveria. Portanto, eu queria aqui homenageá-lo publicamente. É uma satisfação enorme vir aqui fazer a cerimônia no dia de hoje.

É isto. Muito obrigado a vocês todos, a vocês todas.

E espero ter comovido a nossa amiga lá para que domingo também, da mesma maneira que hoje, a gente torça um para o time do outro.

Muito obrigado.