A indústria farmacêutica Boehringer Ingelheim do Brasil utilizava água de poços artesianos na sua fábrica de Itapecerica da Serra. Já o conteúdo dos seus esgotos, até pouco tempo atrás, eram descartados em um posto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no bairro do Piqueri (capital) – esse esgoto era transportado ao local por meio de caminhões. A situação, agora, é outra, com o contrato que a fábrica acaba de firmar com a Sabesp, para recebimento de água potável e descarte de esgotos não domésticos. A perspectiva é de economia para a empresa e benefícios ao meio ambiente.
Pelo contrato, a Sabesp prevê fornecer 10 milhões de litros de água, por mês, para a fábrica. E os esgotos serão encaminhados para a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Barueri. Essa transferência se dará por meio do novo coletor-tronco Embu Mirim, obra recém-concluída que deverá contribuir para a preservação da Represa de Guarapiranga.
A parceria entre as duas empresas foi firmada com base no Contrato de Demanda Firme, vinculado ao Programa Sabesp Soluções Ambientais. Por meio desse tipo acordo, a empresa se compromete a utilizar água unicamente da Sabesp (daí ser chamado também de contrato de fidelização). Em contrapartida, consegue vantagens em termos de preço (até 40% menores em relação à tarifa vigente, dependendo da faixa de consumo praticada), além de relacionamento diferenciado e garantia de entrega do produto. O Demanda Firme destina-se a instituições que consomem mais de 3 milhões de litros de água por mês.
Benefícios ao meio ambiente
É muito importante fornecer água e tratar os esgotos, segundo Roberval Tavares de Souza, superintendente da Unidade de Negócios Sul da Sabesp. Em termos de abastecimento, a indústria passa a consumir água da Sabesp, que segue padrões de potabilidade e qualidade especificados pelo Ministério da Saúde (Portaria 518/04), deixando de retirá-la do lençol freático. Em relação aos esgotos, o contrato significa proteção ao meio ambiente, por deixar de direcionar os efluentes para áreas de mananciais.
Até recentemente, a fábrica dependia de poços artesianos, cuja água tem qualidade e quantidade (em razão da escassez de chuvas) instáveis, avalia Marco Pacileo, diretor de Operações da Boehringer. Para transportar os efluentes de Itapecerica da Serra até o posto da Sabesp no Piqueri (capital) eram necessárias 10 viagens diárias (ida e volta) pela Região Metropolitana de São Paulo, num deslocamento anual de 250 mil quilômetros pelo trecho mencionado. Além de sobrecarregar o tráfego, gastava-se 83 mil litros de óleo diesel por ano, gerando a emissão de 220 toneladas de gás carbônico (CO2). “É muito mais inteligente a utilização do coletor-tronco”, afirma Pacileo.
Agora, a partir do contrato, o esgoto segue da fábrica até a ETE Barueri por 40 quilômetros de tubulações. Segundo Souza, quando se deixa de utilizar caminhão para o transporte, há também redução de acidentes, proporcionando mais segurança operacional. A Sabesp já realizou contratos similares com a Mercedes-Benz, Ford, Solvay Indupa e Infraero.
Da Agência Imprensa Oficial e da Sabesp
