Consumidor: Procon-SP constata alta de 0,11% no valor da cesta básica

Confira as variações registradas na última pesquisa

sex, 20/07/2001 - 12h01 | Do Portal do Governo

Na terceira semana de pesquisa do mês de Julho de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,11%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 12/7/2001 era R$ 146,04, passou para R$ 146,20 em 19/7/2001.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação, 0,04%,
– Limpeza, 0,89% e
– Higiene Pessoal -0,27%.

A variação acumulada, no mês de Julho, ficou em -1,03% (base 29/6/2001), e nos últimos 30 dias, em -0,84% (base 19/6/2001). No ano, a cesta variou 3,37% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 9,37% (base 19/07/2000).

No período de 13/7/2001 a 19/7/2001, os produtos que mais subiram foram:

– Alho: 6,08%
– Óleo de Soja: 3,88%
– Biscoito Maizena: 3,61%
– Sabão em Barra: 3,57%
– Carne de Segunda sem osso: 2,80%

As maiores quedas foram:

– Batata: 9,17%
– Cebola: 6,02%
– Queijo Muzzarela Fatiado: 4,72%
– Desodorante Spray: 3,23%
– Frango Resfriado Inteiro: 1,85%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:

SÃO PAULO Barateiro R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília
CENTRO Barateiro R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília
NORTE Carinhoso Pça. Rio Brilhante, 139. Vila Maria Alta
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Ibirarema, 100. B. Saúde
OESTE Barateiro Av. Imperatriz Leopoldina, 845. Vila Leopoldina

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 11 apresentaram altas, 10 diminuíram de preço e 10 permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a ALTA no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem: carne de segunda s/ osso: 0,27%, óleo de soja: 0,14%, sabão em barra: 0,10%, feijão carioquinha: 0,08%, biscoito maizena: 0,08%.

Análise

Segundo os principais representantes do setor varejista no País, o impacto da alta do dólar, a alta dos juros e o racionamento de energia já estão se refletindo na comercialização dos produtos. Alguns setores da indústria já falam em aumento de preços. Para o consumidor, os reflexos não são menos prejudiciais. O aumento das tarifas públicas, a necessidade de economia de energia e a ausência de aumento de ganhos salariais, restringe a sua renda, o que poderá levá-lo a reduzir o consumo, até mesmo de alimentos. Com a demanda reprimida, fica mais difícil repassar reajustes para prateleiras e gôndolas. Diante disso, os supermercados negociam com as indústrias reduções de margem de lucros de ambas as partes. É neste contexto que a Cesta Básica, embora com variação positiva nesta semana, acumulou, no mês, uma variação negativa, de 1,03%.

A constante valorização dos preços no mercado internacional, devido às condições desfavoráveis no meio-oeste norte-americano (altas temperaturas) e na China (forte estiagem), além do estímulo provocado pela alta do dólar, estão influenciando o aumento das exportações da soja e derivados. Com o mercado externo mais propício, a oferta interna tende a se manter mais restrita. As cotações internacionais de grãos em geral, vêm acompanhando a tendência altista da soja, sobretudo o trigo e o milho.

As importações de trigo estão mais caras para o produtor brasileiro. Reajustes no preço da farinha de trigo já se fazem sentir nos produtos industrializados que possuem trigo em sua composição.

A carne bovina tem apresentado oferta boa na semana, com preços praticamente estáveis desde junho. Os frigoríficos, por sua vez, diante das vendas fracas, pressionam para segurar os preços. Apesar da carne de segunda ter apresentado uma alta de 0,27% nesta semana, o desaquecimento econômico do país, decorrente das crises de energia elétrica e na Argentina, devem frustrar a expectativa de uma explosão dos preços no período de entressafra.

Redução da safra nacional das águas e a estimativa de quebra da segunda safra, em função da estiagem no Nordeste, devem influenciar os preços do feijão. Culturas destinadas ao mercado interno, como o feijão devem sentir mais o impacto da alta do dólar nos custos da produção.

Com uma variação negativa menor do que a da semana anterior, a batata permanece liderando as quedas mais significativas da semana. O aumento da oferta da safra das secas continua provocando o recuo nos preços. Neste mês, com a oferta de outros Estados, além do Paraná, os preços recebidos pelos produtores na comercialização, vêm registrando decréscimo.

O mercado de frango segue fraco. Os frigoríficos vêm encontrando dificuldades em repassar a recente alta em seus custos de produção para os preços no mercado interno. No aumento, deve-se considerar, entre outros, a elevação do preço do farelo de soja (ingrediente da ração de aves e suínos, cujos preços são dolarizados), além da embalagem e outros ingredientes que também têm preços com base no dólar. Outro agravante é a retração da demanda no mercado interno em função da tradicional queda no consumo na segunda quinzena do mês, reforçada pelas férias escolares, típicas deste período.