Consumidor: Cesta básica do paulistano está mais cara

Confira as variações registradas na última pesquisa de preços da Fundação Procon-SP

sex, 20/04/2001 - 10h45 | Do Portal do Governo

Na terceira semana de pesquisa do mês de abril de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,73%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese.

O preço médio, que no dia 12/4/2001 era R$145,04, passou para R$ 146,10 em 19/4/2001.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação, 0,84%,
– Limpeza, 1,07% e
– Higiene Pessoal – 0,49%.

A variação acumulada, no mês de abril, ficou em 2,63% (base 30/3/2001), e nos últimos 30 dias, em 2,54% (base 19/3/2001). No ano, a cesta variou 3,30% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 11,08% (base 19/4/2000).

No período de 16/04/2001 a 19/4/2001, os produtos que mais subiram foram:
– Alho: 7,54%
– Batata: 6,71%
– Salsicha avulsa: 3,98%
– Sabão em barra: 3,70%
– Frango resfriado int.: 3,70%

As maiores quedas foram:
– Sabonete: 2,94%
– Queijo muzzarela fatiado: 2,42%
– Leite em pó integral: 1,53%
– Papel Higiênico fino br.: 1,47%
– Farinha de trigo: 1,39%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da Cesta Básica foram:

SÃO PAULO Barateiro – R. das Palmeiras, 187. S. Cecília
CENTRO Barateiro – R. das Palmeiras, 187. S. Cecília
NORTE Barateiro – Av. Cons. Moreira Barros, 2075. Santana
LESTE Estrela Azul – Pç. Porto Ferreira, 48 A . V. Guilhermina
SUL Sonda – R. Darwin, 47. J. S. Amaro
OESTE Castanha – Pç. S. Edwiges, 29. V. Remédios

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 17 apresentaram altas, 12 diminuíram de preço e apenas dois permaneceram estáveis.

Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– batata: 6,71%,
– frango resfriado int.: 3,70%,
– sabão em barra: 3,70%,
– ovos brancos: 2,55%,
– carne de primeira: 0,75%.

Com os valores recordes de R$ 146,55 e R$ 147,30 registrados, nos dias 16/4 e 17/4, respectivamente, a cesta chegou ao dia 19/4 com uma alta de 2,54%, percentual expressivo para um período de 19 dias, considerando o comportamento histórico da cesta.

Resta pouco espaço para novas altas até o final do mês, principalmente dos itens que têm pressionado as elevações do grupo alimentação, tanto no período semanal como mensal, ou seja, os produtos de origem animal. Qualquer alta significativa, nas carnes e derivados tende a esbarrar no consumo, já que estamos na segunda quinzena do mês, período em que grande parte dos consumidores já conta com salários bastante reduzidos.

Foi nítido o destaque das carnes e derivados na variação da cesta acumulada no mês de abril, pois estes itens respondem por 1,58% da variação de 2,54% acumulada no período, já que desconsiderando as seguintes altas: carne de primeira: 5,50%, carne de segunda: 2,52%, frango resfriado: 12,75%, salsicha avulsa: 6,63% e lingüiça fresca: 4,66% a cesta registraria, no mês, variação de 1,05% ao invés do percentual verificado. Verifica-se assim, que, mais da metade da variação de 2,54% registrada no mês, deve-se a cinco itens de um total de 31, que compõem a cesta.

Nos últimos 12 meses, o frango resfriado acumula alta de 48,67%, por conta de uma oferta ajustada à demanda. A elevação nas exportações, que em março foram 73,82% superiores ao do mesmo período do ano passado, somada à queda na produção, traçam expectativas de preços firmes para o setor avícola. Essa tendência somente foi interrompida, em 19/04, quando o quilo do frango vivo recuou para R$ 1,10, após ser vendido com o preço de R$ 1,15 no período de 10/4 a 18/4 ( preço mais alto do ano). O fato encontra justificativa na queda da demanda que vem atingindo o setor desde a semana santa.

O aumento da oferta da cebola, observado com a entrada do produto argentino, permitiu uma desaceleração no ritmo de altas, que se verificou até então. Na semana, o produto acumulou alta de 3,23% apenas, mas nos últimos 30 dias a variação continuou elevada, com variação de 33,33% (base 19/03/2001).

O leite longa vida, que em 94 participava com uma tímida fatia de 4,4% do mercado, em 1998 passou a dominar 53% das vendas de leite. Esta mudança no hábito de consumo possibilitou que o produtor se deslocasse para regiões do cerrado onde pode contar com terras e alimentos mais baratos, já que o produto suporta transporte a longas distâncias. O leite em pó integral, cotado na cesta, registra comportamento estável, com variação de – 0,77% no mês (base 30/03/01), e – 1,53% na semana (base 12/04/01).