Consumidor: Cesta básica do paulistano está mais cara

Confira as variações registradas na pesquisa da Fundação Procon-SP

sex, 15/12/2000 - 10h23 | Do Portal do Governo

Na segunda semana de dezembro de 2000, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,87%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 07/12/2000 era R$137,42, passou para R$ 138,62 em 14/12/2000. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação 0,77%, Limpeza 2,82% e Higiene Pessoal – 0,36%, ficando a variação acumulada, no mês de dezembro, em 0,01% (base 30/11/2000). No ano, a Cesta variou – 0,27% (base 30/12/1999), e nos últimos 12 meses, 0,79% (base 14/12/1999).

No período de 08/12 a 14/12/2000, os produtos que mais subiram foram:
– Óleo de soja: 5,88%
– Lingüiça fresca: 4,98%
– Extrato de tomate: 4,44%
– Farinha de trigo: 4,41%
– Ovos brancos: 4,14%

As maiores quedas foram:
– Cebola: 2,53%
– Detergente: 2,50%
– Café papel laminado: 1,78%
– Papel higiênico fino br.: 1,40%
– Leite em pó integral: 0,75%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da Cesta Básica foram:
SÃO PAULO Barateiro R. das Palmeiras, 187. S. Cecília
CENTRO Barateiro R. das Palmeiras, 187. S. Cecília
NORTE Andorinha Av. Parada Pinto, 2262. V. Amália
LESTE Estrela Azul Pç. Porto Ferreira, 48 A . V. Guilhermina
SUL Barateiro R. Domingos de Moraes, 316. V. Mariana
OESTE Castanha Pç. S. Edwiges, 29. V. Remédios

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, dezoito apresentaram altas, oito diminuíram de preço e cinco permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a alta no período, foram nesta ordem: sabão em pó: 3,47%, óleo de soja: 5,88%, ovos brancos: 4,14%, sabão em barra: 3,85% e arroz tipo 2: 1,20%.

O açúcar refinado, cujo preço recorde de alta no Plano Real foi verificado em setembro passado, com o valor de R$ 4,07 (pac. 5 Kg.), revela sinais da chegada de um período de preços mais estáveis, apesar do início da entressafra nos canaviais. Preços mais altos no mercado interno frente às cotações internacionais, levaram usineiros a elevar a produção com o intuito de destiná-la ao consumo interno, ocasionando grandes acúmulos de estoques. No mês e nos últimos 30 dias, o produto apresentou variação de 1,28%, e no semestre, de 25,71%, considerando o preço de R$ 3,96, praticado em 14/12/2000.

A farinha de trigo apresentou nos dias 13 e 14/12, o preço de R$ 0,71 (pac. 1Kg.), o maior valor desde outubro de 1996, quando o produto era vendido a R$ 0,72. Neste ano os preços da farinha de trigo para uso doméstico mantiveram-se estáveis, apesar de toda a turbulência observada nas cotações do mercado interno do trigo. No ano, a farinha de trigo registra variação de 1,43%, apenas.

No mercado interno, o ritmo de vendas na avicultura continua lento. O aumento de preço característico da primeira quinzena do mês, já sofreu reversão de tendência, pois o frango resfriado registra variação no período de -2,23% (base 30/11/20000). Uma demanda equilibrada com a oferta, queda nos preços do milho e cotações estáveis nas carnes bovinas, devem garantir a manutenção dos preços do frango resfriado nas próximas semanas. Já no mercado externo os preços da ave estão se recuperando, após um primeiro semestre de preços baixos decorrente de uma super oferta não absorvida pelos países importadores. Esse aquecimento no mercado internacional se deve em grande parte ao aumento da demanda européia pelo frango brasileiro, o qual se intensificou com o temor da doença da vaca louca, em vários países do continente.

Embora o leite pasteurizado seja destaque como produto responsável pela queda do grupo alimentação, de acordo com avaliação do IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo na cesta básica, o leite em pó integral registra, ainda, preços elevados. Após atingir o preço mais alto desde o início do Plano Real, R$ 2,69 em setembro último, foi vendido a R$ 2,65, em 14/12/2000

Embora os preços do feijão carioquinha não apresentem variação no período semanal (base 7/12/2000) a indústria opera em ritmo lento como já era previsto para o final de ano, época em que temperaturas elevadas provocam quedas no consumo de feijão. Apesar da redução de 26% na área plantada no Estado do Paraná, principal estado produtor do grão, a redução na produção, deverá ser de apenas 8,4%. Chuvas regulares vêm favorecendo esse aumento de produtividade. A entrada da nova safra somada à queda no consumo, podem provocar reduções nos preços do feijão nas próximas semanas.