Conheça as ações do Governo para combater o greening

Identificada em 2004, hoje a doença atinge plantações de laranja de 242 cidades

sex, 23/10/2009 - 20h00 | Do Portal do Governo

Atualizado em 26 de outubro às 14h25

Você já ouvir falar em greening? Esse é o nome dado a uma doença que é considerada a pior praga do mundo para os laranjais.  Transmitida por um inseto vetor (o psilídeo Diaphorina Citri), atinge todas as espécies. No Estado de São Paulo, o greening foi identificado pela primeira vez em 2004. De acordo com relatórios da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento responsável pela sanidade animal e vegetal, atualmente a doença afeta plantações de 242 municípios. Até o último dia 15 de julho, cerca de 2 milhões de árvores foram erradicadas.

Para combatê-la, o Governo mantém equipes de fiscalização e inspeção de pomares formadas por funcionários da secretaria. Além disso, mantém centros de pesquisa para estudar novas medidas de combate às doenças. Além das ações de prevenção, o Estado também atua na conscientização dos citricultores promovendo seminários e workshops organizados pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Nesses eventos, são transmitidas informações sobre a doença e as formas de combate. Foi feita, ainda, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), uma intensa campanha de mídia no interior do Estado para conscientizar o produtor da importância de fiscalizar e erradicar a planta doente. 

Pioneirismo

Atualmente, está em fase final a elaboração de um projeto para implantar a subvenção do seguro contra as doenças do cancro cítrico e greening. Esse projeto é pioneiro no mundo e pretende aquecer a demanda por suco de laranja no mercado interno e, assim, dar ao produtor a possibilidade de obter melhores preços. 

A primeira ação seria a introdução de suco de laranja nas 30 unidades dos restaurantes Bom Prato do Governo do Estado, onde são servidas aproximadamente 40 mil refeições por dia. Também começa um trabalho junto às prefeituras municipais para a inclusão do suco de laranja na merenda escolar. Os institutos de pesquisa da secretaria vão produzir, ainda, documentos com recomendações nutricionais do suco de laranja para estimular o seu consumo. 

A doença

Segundo técnicos do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, um dos maiores centros na pesquisa de citros do mundo, o greening traz enormes prejuízos econômicos ao citricultor. Altamente destrutiva, a doença anula a produção em plantas novas e torna as plantas adultas improdutivas em um prazo de dois a cinco anos. As plantas contaminadas produzem frutos menores, com menor porcentagem de sucos e mais ácidos. A bactéria se espalha pela planta, afeta a copa e torna desprezível a produção. A doença, no entanto, não oferece nenhum risco à saúde das pessoas. 

Os principais sintomas são ramos amarelados, folhas com manchas verde-claras ou amareladas, deformação da planta, redução, maturação irregular e queda de frutos, desfolha, seca e morte de ponteiros das árvores, manchas circulares verde-claras na casca do fruto, sementes abortadas e maior espessura da parte branca da casca. 

Responsabilidades 

De acordo com legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o produtor é responsável pela erradicação das plantas contaminadas e, caso não cumpra essa tarefa, sofre sanções. O citricultor também tem de cuidar da inspeção de seus pomares – isso dever ser feito, no mínimo, trimestralmente. O objetivo dessa medida é identificar e eliminar as plantas com sintomas de greening. 

Além disso, ele deve apresentar dois relatórios anuais à CDA, comunicando sobre a inspeção, ocorrência da doença e eliminação de plantas doentes. O primeiro relatório deve ser entregue até 15 de julho e o segundo até 15 de janeiro, referente ao primeiro e segundo semestre de cada ano (seguindo Instrução Normativa nº 53, do Ministério). 

Cerca de 18 mil citricultores (80%) entregaram os relatórios de inspeção e erradicação de um total de 23.485 unidades de produção. A adesão é maior que a registrada em janeiro deste ano, quando o índice foi de 77,68% de propriedades inspecionadas e eliminação de 1,34 milhão de árvores. 

Números 

Em valores, a laranja é o terceiro item da produção paulista, perdendo apenas para a cana de açúcar e a carne bovina. O setor gera 400 mil empregos e as exportações de suco de fruta totalizaram no ano passado U$ 2,16 bilhões. 

Segundo dados do Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agrícola do Estado (Lupa), o Estado de São Paulo tem o maior parque citrícola do mundo: são 20,7 mil unidades de produção distribuídas em 741,3 mil hectares. A produção esperada é de 352,57 milhões de caixas de 40,8 quilos na safra agrícola 2008/09, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta/SAA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria (Cati).

Do Portal do Governo do Estado de São Paulo