Conheça a mosca negra

Conhecida cientificamente como Aleurocanthus woglumi Ashby, a mosca negra tem origem asiática e se disseminou pela África e Américas. Na América do Sul é encontrada na Colômbia, Equador, Peru, Suriname […]

ter, 01/04/2008 - 8h45 | Do Portal do Governo

Conhecida cientificamente como Aleurocanthus woglumi Ashby, a mosca negra tem origem asiática e se disseminou pela África e Américas. Na América do Sul é encontrada na Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, foi registrada em julho de 2001, na região metropolitana de Belém (PA).

Os insetos depositam os ovos (de cor creme, que ficam dispostos em espiral) nas folhas e, no processo de alimentação, eliminam um líquido açucarado sobre o qual se desenvolve um fungo (fumagina) capaz de recobrir folhas e frutos, explica Athiê. Essa camada escura dificulta a respiração e a fotossíntese da planta. Com isso, há também uma perda na produtividade, cujos prejuízos podem chegar a 80%.

O inseto é de fácil disseminação, pois são conhecidas mais de 300 espécies de plantas que hospedam a mosca negra, mas os citros são os seus preferidos, diz Márcia Reis Pena, cujo estudo de doutorado é sobre a mosca negra. “A reprodução é rápida: do ovo à ninfa (alaranjada) são apenas 15 dias. O inseto vive pouco mais de dois meses, mas desde a fase de ninfa se alimenta da planta”.  

Tempo quente, maior risco 

No Amazonas, a disseminação possivelmente foi facilitada pelo costume de se usar folha de mangueira como ornamento, explica Márcia. A estudante da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e da Universidade Federal do Amazonas informa ainda que esse hábito é disseminado também em Belém. Esclareceu que, pelos seus estudos, a mosca negra se adapta bem em climas chuvosos e se reproduz mais nos meses de clima quente.

Márcia também confirma que não há como eliminar a praga. O que pode ser feito é controlá-la por processos químicos (inseticida) e biológicos (com os inimigos naturais como os insetos parasitóides, predadores e fungos). Acrescentou que o biológico tem sido mais eficaz, principalmente com o fungo Aschersonia aleyrodis. “Em várias partes do mundo, usa-se o controle biológico” (CM).