Conferência sobre produção mais mais limpa discute mudanças climáticas

Transição para uma economia de baixo carbono e oportunidades de empregos verdes foram os destaques do encontro

sáb, 15/05/2010 - 19h00 | Do Portal do Governo

Um estudo do Banco Mundial, divulgado no final de 2009, estima que os investimentos para reduzir em cerca de 20% as emissões de carbono até 2030 poderiam gerar anualmente 1,13% a mais de empregos formais na nossa economia. O dado aponta que a transição para uma economia de baixo carbono possibilita novas oportunidades de negócios e empregos.
 
Reconhecer essas possibilidades e definir um caminho para alcançá-las foi um dos objetivos da 9ª Conferência Municipal de Produção Mais Limpa, realizada no Memorial da América Latina na quarta-feira, 12. “Tenho a convicção que esta é a década da transição. É o período que temos para nos prepararmos para uma nova economia, a economia verde”, afirmou o secretário estadual do meio ambiente, Xico Graziano, durante a abertura do evento.
 
O relatório Empregos verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho – OIT em 2008, aponta que 6,73% do total de postos formais de trabalho são empregos verdes, ou seja, atividades ligadas à economia com baixa emissão de carbono. Para Graziano, é necessário um esforço conjunto para reverter as previsões mais pessimistas. “Se nos próximos 10 anos formos capazes de formular propostas e envolver os empresários, os políticos e a sociedade, talvez em 2100 ou 2200 a humanidade continuará a manter qualidade de vida”, declarou.
 
O pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Carlos Nobre apontou que a temperatura média da cidade de São Paulo subiu 3,5ºC nos últimos 100 anos. “Costumo dizer que São Paulo é um laboratório de mudanças de clima”, disse. De acordo com o pesquisador, em breve será divulgado um estudo que avalia a vulnerabilidade de São Paulo e Rio de Janeiro quando o assunto é aquecimento global. “O objetivo é mostrar que essas cidades são vulneráveis às mudanças climáticas e como o poder público pode reagir a isso”, definiu.
 
O vereador Gilberto Natalini, organizador da conferência, acredita que a mudança de clima é sentida por todos. “Como médico sei muito bem a relação entre a saúde das pessoas e ambiente e precisamos mudar essa realidade”, afirmou. A transição para uma economia de baixo carbono é analisada na publicação Economia Verde: desenvolvimento, meio ambiente e qualidade de vida no Estado de São Paulo, elaborada pela Coordenadoria de Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (SMA).
 
Da Secretaria do Meio Ambiente