Em razão da demanda crescente por produtos mais saudáveis e orgânicos, nesta terça-feira (10), o projeto Conexão Mata Atlântica, em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), promoveu um encontro de pequenos agricultores com proprietários de restaurantes, redes de supermercados e comerciantes.
A ação teve o objetivo de apoiar os produtores na construção dos planos de negócios e promover o acesso de alimentos orgânicos a esses estabelecimentos. Em 2019, um estudo da Agência Internacional de Pesquisa de Mercado indicou que o Brasil ocupa o 4º lugar em consumo de alimentos saudáveis no ranking global e movimenta RS$ 35 bilhões por ano.
A reunião contou com cerca de 30 participantes entre compradores e produtores. O projeto Conexão Mata Atlântica busca ampliar a proteção da biodiversidade e aumentar a sustentabilidade da produção agropecuária. Para isso, a ação utiliza instrumentos como Pagamento por Serviços Ambientais (Uso Múltiplo e Proteção), apoio à Certificação e à Cadeia de Valor Sustentável.
Para que os produtos façam parte da cadeia de valor sustentável, é necessário que a produção do entorno das Unidades de Conservação não exerça pressão na Mata Atlântica. Segundo a coordenadora do Conexão Mata Atlântica, Claudette Hahn, o diferencial é que esses produtos, espécies nativas ou não oriundas da Mata Atlântica, não estão impactando a floresta. “São artesanais, de pequenos produtores rurais. E podem gerar renda também pela exclusividade”, explica.
Comercialização
Beneficiário do programa, Felipe Alberto Correa, de Peruíbe, desenvolve linhas novas para comercialização. Ele trabalha com biomassa de banana, alimentos sem glúten e palmito real, entre outros. “O projeto ajudou a alavancar nossos negócios, tanto na compra de equipamentos quanto em assistência técnica e acesso ao mercado. E veio para somar junto ao pequeno produtor”, ressalta.
Também participante do Conexão, Camila Asmussen, de Natividade da Serra, trabalha com o fruto do Cambuci, árvore da Mata Atlântica. De acordo com ela, o projeto contribuiu para levar seus produtos à Bio Brazil Fair e agora auxilia a conseguir a certificação orgânica, importante para chegar a outros mercados.
Na outra ponta, o comprador varejista Diego Almeida destacou que esses encontros são uma oportunidade para encontrar produtos diferenciados. “O mercado busca produtos diferenciados tanto pela qualidade quanto pela produção sustentável. É uma tendência, embora ainda falte conexão entre produtores e mercado”, pontua.
Proteção
O projeto Conexão Mata Atlântica tem o objetivo de aumentar a proteção da biodiversidade e da água e fixar carbono em zonas prioritárias da Bacia do Paraíba do Sul e Corredor Sudeste da Mata Atlântica brasileira, com atividades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No território paulista, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e a Fundação Florestal (FF) são responsáveis por executar ações de monitoramento, questões do clima associada com biodiversidade e proteção dos recursos hídricos, melhora da efetividade da gestão de Unidades de Conservação (UCs), sustentabilidade e incremento de biodiversidade.
