Comissão Pró-Primatas apresenta nova composição em São Paulo

Desafio dos especialistas é reforçar a importância da conservação dos primatas para a fauna do território paulista

qui, 30/07/2020 - 13h33 | Do Portal do Governo
DownloadDivulgação/Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente

A Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo – Pró-Primatas Paulistas – promoveu em 22 de julho a 15ª reunião, por videoconferência, em razão da pandemia de COVID-19.

Foram itens da pauta a posse dos novos componentes, a atualização do Plano de Ações dos Primatas Paulistas, a apresentação do Plano de Gestão Emergencial para o conflito turista e Macaco-prego do Parque Estadual Águas da Prata e a abertura das Unidades de Conservação (UCs) para pesquisa com primatas.

“Ampliar as ações de proteção dos primatas é nosso objetivo, assim como zelar pela biodiversidade no estado de São Paulo”, ressaltou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, na abertura da reunião.

Após a apresentação dos novos membros, a coordenadora da Comissão Pró-Primatas e bióloga da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Mara Marques, propôs uma atualização do Plano de Ação para Conservação dos Primatas Paulistas para avaliar  quais propostas foram concretizadas, a necessidade de atualização e de novas atividades de acordo com o cenário atual. Outra sugestão foi a elaboração de metas e indicadores das ações desenvolvidas pela comissão.

Projetos

O Plano de Ação para Conservação dos Primatas Paulistas prevê a realização, entre outros, dos projetos: conservação do mico-leão-preto em paisagens fragmentadas, pesquisa e conservação de muriqui-do-sul em Barreiro Rico, estratégia para conservação no extremo oeste paulista e ampliação da Estação Ecológica de Caetetus.

Também esteve presente na pauta a apresentação do Plano de Gestão Emergencial para o conflito turista e Macaco-prego do Parque Estadual Águas da Prata. No parque, a presença destes primatas muito próximos aos turistas e moradores locais, que têm o hábito de alimentar os macacos que ficam ao redor dos quiosques, o que é desaconselhável.

Para isso, foi criada a campanha “Lugar de macaco é na floresta”, com o objetivo de habituar novamente os animais a procurarem alimento na mata. O outro viés é sensibilizar, por meio da educação ambiental, sobre a importância da preservação da espécie.

Plano Emergencial

O Plano Emergencial inspirou uma proposta para a elaboração de um protocolo para evitar conflitos desta natureza com os primatas em todas as Unidades de Conservação, levando em conta a possibilidade de reabertura das áreas protegidas, que deve ocorrer em breve, de acordo com o Plano São Paulo, do Governo do Estado.

Outro assunto em debate foi a viabilidade da reabertura das UCs aos pesquisadores, fechadas por conta da pandemia da COVID-19. O subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani, destacou que é importante ter um protocolo com critérios científicos para o retorno da pesquisa.

“E que seja de maneira segura para pesquisadores e para os animais. Uma reabertura com responsabilidade”, complementou o diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.

A comissão renovou os membros, com representantes do Governo de São Paulo: Magalhães Bressan, Leandro Jerusalinsky, Dilmar Alberto Gonçalves de Oliveira e Edson Montilha de Oliveira. A comunidade científica está representada por Patrícia Izar Mauro, Glaucia Cortez Ramos de Paula e Cauê Monticelli. Já a sociedade civil tem Elenise Angelotti Bastos Sipinski, Mariana Bueno Landis e Anna Carolina Lobo.

Comissão Pró-Primatas

Instituída em 2014, a Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo – Pró-Primatas Paulistas – trabalha para promover o conhecimento científico, conservação, recuperação das espécies em seu habitat natural por meio de ações diretas e de educação ambiental.

A Comissão Pró-Primatas Paulistas une Governo, comunidade científica e sociedade civil para concretizar medidas de proteção. Vale destacar que existem no estado de São Paulo dez espécies, seis delas sob ameaça de extinção.

No Brasil, são 123 espécies distribuídas em cinco famílias, que representam aproximadamente 25% dos indivíduos em nível mundial. Ou seja, são conhecidas 497 espécies de primatas no mundo.