Mais de 30 mil funcionários, 3,4 mil postos fixos, outros três mil volantes e 2,3 mil carros. Essas são os números da estratégia montada pelo governo de São Paulo com o objetivo de vacinar pelo menos 2,5 milhões de pessoas com 60 anos ou mais a partir desta segunda-feira, 23. O lançamento da campanha estadual aconteceu no início da manhã, no Instituto Butantan, na Capital, com a presença do governador José Serra e do secretário Estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas.
“É de extrema importância que os idosos compareçam aos postos e tomem a vacina. Não há reações adversas graves e se evita complicações causadas pelo vírus”, explica Barradas.
O incentivo para que as pessoas procurem os postos não parte somente do secretário Barradas, mas também de especialistas no assunto. É o caso da infectologista e docente da PUC Campinas, Irene da Rocha Haber. Segundo ela, o principal benefício da vacina é evitar doenças de ordem respiratória, sobretudo, em grupos suscetíveis ao vírus como os idosos.
“Há pessoas vulneráveis com sistema imunológico debilitado que chamamos de grupos especiais. Além dos idosos, orientamos a vacina também para pacientes com problemas renais e com doenças como asma e pneumonia”, afirma a infectologista.
A vacina deve ser tomada no outono justamente para diminuir os riscos de contaminação do vírus da gripe – também chamado de Influenza – no inverno. A justificativa é que com temperatura em queda, a população tende a ficar concentrada em locais mais fechados, facilitando, desta forma, a transferência do vírus. O frio também reduz a capacidade de ação do sistema imunológico do organismo, contribuindo para o aumento das chances de contaminação. “Um simples espirro de uma pessoa contaminada pode transmitir o vírus para os demais que estejam próximos”, exemplifica Irene Haber.
A campanha deste ano vai de 23 de abril a 04 de maio (exceto no domingo, 29, no feriado do Dia do Trabalho, 1º de maio). Até mesmo quatro barcos serão usados pelas equipes paulistas. Elas visitarão cerca de 1,5 mil asilos e casas de repouso. A expectativa é atingir a meta de 70% dos idosos no Estado. O que não é difícil. Em 2006 o Estado teve 80,22% de adesão à campanha. Ao todo, foram distribuídos 4,3 milhões de doses nas 645 cidades do Estado.
A recomendação é para que as pessoas tomem a vacina todos os anos. Isso porque, a oscilação do tipo de vírus com o passar dos meses é constante e uma atualização é sempre necessária. “Um mapeamento é feito em laboratórios com a finalidade de se checar a estrutura do vírus Influenza. São mais de 200 variedades mutáveis e a vacina contempla grande parte deles”, explica Irene.
Nesta campanha, o governo de São Paulo investirá cerca de R$ 28 milhões. O Estado é responsável ainda pela formatação das doses da vacina, realizada no Instituto Butantan, que inaugura no final deste mês a primeira fábrica de vacina contra gripe do hemisfério sul.
Além da imunização contra o vírus da gripe, os profissionais estarão aplicando vacinas contra tétano e difteria e, ainda, a vacina contra o pneumococo, bactéria causadora de pneumonias, otites, sinusites, faringites e meningites.
Cleber Mata
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(R.A.)
